Em certas regiões africanas usam os indígenas de um curioso artifício para apanhar macacos.
Amarram solidamente a uma árvore um saco de couro cheio de arroz, comida predileta dos símios. A boca desse saco, muito estreita, é do tamanho justo para só deixar passar a mão do animal; e este, se a fecha, prendendo entre os dedos um punhado de arroz, não pode mais retirá-la...
Sem desconfiar da armadilha, o macaco voraz mete a mão no saco e agarra, com força, um punhado de seu manjar favorito. Ao verificar que a mão está presa, faz caretas e agita-se, uiva, debate-se, retorce o corpo, em movimentos cada vez mais violentos. Mas todos os trejeitos e uivos são inúteis. O indígena aproxima-se, e com seu laço de couro, captura-o...
Como é tolo esse pobre macaco! Bastaria apenas, num gesto tão simples, abrir a mão e largar o arroz para recuperar a liberdade! Mas ele prefere o cativeiro e a morte, a renunciar à presa!
Toma cuidado, meu filho, que o desregrado amor ao dinheiro não te cative do mesmo modo e não te atire à prisão das mais negras paixões!
Não se pode viver sem dinheiro. De uma coisa porém não nos devemos esquecer: é de jamais sermos escravos do dinheiro. O dinheiro é que deve ser nosso servo. É ele mero instrumento, um meio apenas, não se devendo fazer dele um fim.
Assim, se não o deixares reinar como senhor em tua alma, o dinheiro pode ser para ti um bom servo. [...]
O amor desordenado às riquezas é o que se chama avareza. [...]
O avaro não dá esmolas; nega o menor auxílio aos necessitados; priva-se, ele próprio, de tudo. Passa a vida a pão duro. Quando precisa gastar, sente como se lhe arrancassem um naco da alma. É tipo ignóbil; nocivo à família, inútil à sociedade e prejudicial ao país. A economia é coisa inteiramente diversa. Consiste em regular os gastos pelos rendimentos, de sorte que aqueles não excedam a estes. Não é vício. É, antes, virtude preciosa, estímulo do trabalho e mãe da prosperidade.
autor: Malba Tahan
Olá, salve Maria!
ResponderExcluirGostei muitos dos últimos contos. E que surpresa... do Malba Tahan!
Achava que ele não escrevia coisas fora da Matemática! rs
Muito bom!
Também surpreendi-me, pois tal assunto foge um pouco da maioria que tenho conhecido com vc, é claro. Os que conheci, quando mocinha, estão esquecidos. Jorge, grande abraço, amigo!
ResponderExcluirAssim como Malba Tahan surpreendeu com esses contos, a alma humana é uma caixinha de surpresas. Um desembargador do Tribunal de Justiça de SP, após longos anos de serviço, resolveu abandonar tudo para ser padre na Igreja de São Gonçalo no centro de SP. Quem o conheceu lembra com saudade desse padre que veio a falecer à alguns anos atras. Mas quem diria... Um desembargador ganhando um salário muito bom poderia pensar em passar o resto de seus dias viajando e gastando. Porém, esse resolveu abandonar tudo, para ser padre. Mistério da graça de Deus.
ResponderExcluirMalba Tahan era padre? :o
ResponderExcluirMais uma surpresa que eu nunca ia imaginar! Eu sabia só que era um nome fictício de um oficial de justiça que gostava de matemática. Nossa!
Minha amiga Lyn. Boa tarde. Malba Tahan não era um padre. Apenas citei o exemplo de um desembargador de São Paulo que resolveu ser padre. Malta Tahan era um simples professor, mas um hábil contador de estórias. Ficou encantado com o livro 1001 noite (de estórias árabes) e estudando os costumes orientais acabou criando o personagem fictício "Malba Tahan". Não se sabe por que ele escreveu esses contos religiosos que eu transcrevi no meu Blog, talvez impressionado com a religiosidade do povo árabe, pensou um pouco mais nas verdades católicas e quiz ser um "árabe catolico". Tudo o que o árabe faz ele sempre faz louvores a Allah. E talves por isso, sendo católico, o Malba Tahan quiz exaltar Deus também. Já escreví sobre quem foi Malba Tahan. Leia minha postagem: http://almascastelos.blogspot.com/2011/01/ali-iezid-izz-edim-ibn-salim-hank-malba.html
ResponderExcluirObrigado pelos comentários que voce deixou.
Leia:
ResponderExcluirhttp://almascastelos.blogspot.com/2011/01/ali-iezid-izz-edim-ibn-salim-hank-malba.html