Um grande pecador foi certo dia procurar São Bernardo e confessou-lhe os enormes e numerosíssimos pecados que tinha cometido.
- Já não é possível, exclamou o infeliz, derramando lágrimas amargas, que eu ainda possa encontrar graça e perdão junto a Deus.
Mas o Santo Doutor, penalizado, respondeu textualmente:
- “Oh! não, meu filho, na tens razão para te desesperares, pois, nota bem, se temes não encontrar graça junto de Deus, espera ao menos encontra-la junto a Maria. Não e em vão que Ela é chamada cheia de graça. O próprio Anjo do Senhor a nomeou dessa forma.”
Após esses palavras, tomou a Sagrada Escritura e a abriu na passagem de São Lucas em que o Anjo diz a Maria: “Não temais, Maria, pois achaste graça diante de Deus”. E prosseguiu:
- “Compreendes bem, meu filho, essa afirmação de que Maria encontrou graça? Como isso? Porventura teria Ela perdido outrora a graça, para que pudesse reencontrá-la? Deus nos livre de tal blasfêmia! Pode-se encontrar o que outros perderam, e é disso que se trata,pobre coração pecador! Foste tu que, por causa do pecado, perdeste a graça de Deus, e Maria encontrou a graça que tu perdeste. Coragem, pois! Não temas, não te desesperes! Invoca a Mãe de Deus, lança-te aos seus pés e diz a Ela: Ó Mãe da divina graça, voltei vossos olhos para este pobre pecador. É verdade que eu perdi a graça divina, mas Vós a reencontrastes. Ó Mãe de bondade, devolvei-me a graça perdida; trabalhai para reconciliar-me com vosso divino Filho e sede a partir de agora minha proteção e meu apoio, para que de futuro eu não mais recaia tão facilmente no pecado e não abuse tão indignamente das graças de meu Pai celeste”.
Assim falou o Doutor inspirado.
O pecador aflito, sentindo-se aliviado, invovou a Maria, rezou e suplicou como São Bernardo lhe havia aconselhado.
Chorou suas faltas, fez séria e austera penitência e teve por fim uma santa morte, reconhecendo até os últimos instantes que Maria é cheia de graça, é Mãe misericordiosa de todos os pecadores que A invocam.
“Ave Maria – a oração da Mãe do Senhor” – Pe. Luís Mehler – Artpress Editora.
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