Já ouvi muitos corajosos que dizem que não tem medo da morte. Mas a morte é um fato terrível, não só por que se perde a vida, mas por causa do Juízo Particular. Ser julgado por Deus, prestar contas de seus atos, ver diante de si seus pecados e suas virtudes... O homem sensato treme ao pensar nessas coisas.
É tão dura a hora da morte que a vida toda o católico reza a Ave Maria pedindo: ”rogai por nós, agora e na hora de nossa morte.” Ora, passamos a vida toda rezando pela hora de nossa morte, e por que?
Porque nessa hora tão difícil não haverá tempo para pedirmos mais nada. Porque a morte é tão dura para nós que passamos toda a vida pedindo a assistência de Nossa Senhora para esse momento tão doloroso. O demônio passa a vida toda tentando nos levar ao pecado, e até nesse último instante ele ainda está lá tentando nos perder para assim perdermos o céu. Se morre como se vive. Quem viveu liberalmente, na hora terrível as piores tentações lhe virão na cabeça. Quem viveu virtuosamente, as orações brotarão naturalmente de seus lábios. Não basta praticar algumas virtudes, mas é preciso que a virtude seja um hábito em sua vida. Quem não tem medo da morte?
“Santa Maria, rogai por nós agora, e na hora de nossa morte. Amém”
A morte do lenhador:
Um velhinho, muito velho, vivia de tirar lenha na mata. Os feixes, porém, cada vez lhe pareciam mais pesados. Tropicava com eles, quase caía, e um dia, caindo de verdade, perdeu a paciência e lamentou-se amargamente:
- Antes morrer! De que me vale a vida, se nem com este miserável feixe posso? Vem, ó Morte, vem aliviar-me do peso desta vida inútil.
Tentou erguer a lenha. Não pode e, desanimado, invocou pela segunda vez a Magra.
- Por que demoras tanto, Morte? Vem, já pedi, vem aliviar-me do fardo da vida. Andas pelo mundo a colher criancinhas e esqueces de mim que te chamo...
“Santa Maria, rogai por nós agora, e na hora de nossa morte. Amém”
A morte do lenhador:
Um velhinho, muito velho, vivia de tirar lenha na mata. Os feixes, porém, cada vez lhe pareciam mais pesados. Tropicava com eles, quase caía, e um dia, caindo de verdade, perdeu a paciência e lamentou-se amargamente:
- Antes morrer! De que me vale a vida, se nem com este miserável feixe posso? Vem, ó Morte, vem aliviar-me do peso desta vida inútil.
Tentou erguer a lenha. Não pode e, desanimado, invocou pela segunda vez a Magra.
- Por que demoras tanto, Morte? Vem, já pedi, vem aliviar-me do fardo da vida. Andas pelo mundo a colher criancinhas e esqueces de mim que te chamo...
A Morte foi e apareceu – horrenda, escaveirada, com os ossos a chocalharem e a foice na mão.
Ao vê-la de perto o homem estremeceu de pavor, e mais ainda quando a Magra lhe disse, batendo os ossos do queixo:
Ao vê-la de perto o homem estremeceu de pavor, e mais ainda quando a Magra lhe disse, batendo os ossos do queixo:
- Chamaste-me; aqui estou!
O velho tremia, suava... E para sair-se dos apuros só teve esta:
- Chamei-te, sim, mas para me ajudares a botar esta lenha às costas...
(autoria: Monteiro Lobato. Do livro Florilégio Nacional – de Português 4ª Série – ano de 1944, que pertenceu ao meu falecido pai)
O velho tremia, suava... E para sair-se dos apuros só teve esta:
- Chamei-te, sim, mas para me ajudares a botar esta lenha às costas...
(autoria: Monteiro Lobato. Do livro Florilégio Nacional – de Português 4ª Série – ano de 1944, que pertenceu ao meu falecido pai)
Viu? Não é só eu que tenho medo da morte! Deus me livre de vê-la em minha frente, como aconteceu com meu tio que agonizava e via as pessoas vindo de longe para vê-lo e ele sabendo que estava na sua derradeira hora. Tanto que penalizada, falei para a minha mãe que estava segurando as mãos dele, que lhe dissesse que o amávamos. Incrível, aí ele faleceu. Meu abraço!
ResponderExcluirÀs vezes, por problemas de saúde: por depressão, por uma doença física muito grave, talvez um câncer em estado avançado, ou mesmo situações insuportáveis, como uma solidão muito grande, uma perseguição muito forte contra a pessoa, pode fazer com que ela se desespere e deseje ou peça a morte!
ResponderExcluirNós, que cremos em Jesus, deveríamos ser mais sensíveis as dores e necessidades das pessoas, de modo que eles não estejam desamparadas ou abandonadas quando mais precisam.
Alfa e Ômega, agradeço seu comentário. A vida é um dom de Deus. Devemos querer vive-la o tanto quanto possivel.
ResponderExcluirAlex, a vida traz para todos nós muitas dificuldades. Até os que sorriem tem momentos de tristezas. Devemos sempre ter fé e sempre procurar viver a vida com santa alegria.
ResponderExcluirSim, meu caríssimo Jorge! Concordo com você, com o que me diz.
ResponderExcluirÉ que muitas vezes as pessoas, ao estarem vivendo uma fase tão boa de suas vidas, ao estarem num bem-estar psicológico, emocional, afetivo, familiar tão grande que acabam se fechando egoisticamente nesse estado de gozo e se tornam insensíveis ao sofrimento alheio.
Apenas queria, com meu comentário que as pessoas entendessem isso.
Se por um lado a morte pode ser desejada por desespero ou angustia, ela também pode ser desejada como encontro definitivo com DEUS. Mas isso certamente não depende de nós. É a DEUS que cabe decidir a melhor hora de nossa morte. E acho que é isso que o conto quis dizer. Não somos nós quem sabemos qual a melhor hora de nossa morte, mas DEUS.
Alex, eu já havia entendido sua mensagem, a qual considero importante. Tanto que a publiquei para que os que lerem reflitam sobre o assunto. Que Nossa Senhora lhe dê muitas graças.
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