O filósofo Nemênio Agripa, por ocasião das revoltas romanas, desenvolveu um apólogo, conhecido então por "Apólogo de Agripa". Acredito que vale a pena lê-lo, esclarecendo que o recontei com minhas próprias palavras:
Um dia as partes do corpo se revoltaram contra o estomago. Todos trabalhavam, mas era o estomago quem recebia o prêmio da comida.
Os pés reclamavam:
- Trabalhamos andando de sol a sol, para que? O estomago sem fazer nada recebe toda a comida e nós nada.
Os dentes clamavam:
- Mastigamos sem parar, trabalhamos duro, e o estomago o que faz? Recebe tudo de graça.
Assim todos os órgãos foram reclamando até atingirem os mais prestigiosos: o coração e o pulmão. Esses foram os últimos a aderirem a revolução dos órgãos.
- Deixaremos de fornecer-lhe oxigênio. - rugiu o pulmão.
- Cortaremos sua cota de sangue. – dizia o coração.
Façamos uma greve geral.
Ao passar de algum tempo, o corpo todo, sem alimentação começou a definhar. Todo enfraquecido e dolorido, reclamava.
O único que não tinha aderido à revolta geral foi a Consciência, que percebeu ser o momento propício para falar:
- Meus irmãos. Vocês foram precipitados. É verdade que os pés, os dentes, os pulmões e todos os demais órgãos trabalham e o estomago recebe os alimentos, mas por algum procedimento misterioso TODOS lucram; pois, transformados os alimentos são enviadas proteínas, vitaminas e sais minerais para todos os órgãos do corpo humano através do sangue e assim TODOS lucram. Ouçam a voz da consciência: Não façamos lutas de classes, mas harmonia entre as diversas classes sociais, pois só havendo harmonia um corpo pode CRESCER E SE DESENVOLVER SADIAMENTE.
Obrigado pela reprodução do Apólogo de Agripa. Muito interessante e elucidativo...
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