Certo pregador aludiu, num de seus
sermões, ao caso de um jovem estudante que fez longa jornada para entrevistar
Lorde Kelvin, o famoso sábio escocês. Ao ver-se em presença do grande
cientista, disse-lhe o extenuado moço:
- Vim ter á vossa presença, senhor,
depois de longa e penosa caminhada, movido, apenas, pelo desejo de fazer-vos
uma pergunta. Observo que as paredes de vosso gabinete de estudos estão
forradas de volumes. Supondo que os tendes lido todos. Sei que sois o autor
admirado de vários compêndios. Viajastes pelo mundo inteiro; mantivestes
relações com os homens mais sábios, guias do pensamento, orientadores de
opiniões. Dizei-me, se vos apraz, depois de tantos anos consumidos no estudo de
tantas ciências e das experiências adquiridas, qual o conhecimento que tendes
em conta de mais valioso?
Lorde Kelvin não soube disfarçar a emoção
que tais palavras lhe causaram. Tomando gentilmente entre as suas as mãos do
seu interlocutor, disse-lhe:
- Meu caro amigo, mais preciosas que
todos os conhecimentos que amontoei no cérebro, duas lições aprendi de valor
incalculável: a primeira, que sou um grande pecador; e a segunda, que Jesus
Cristo é o único e suficiente Salvador. Na aquisição destas duas verdades
inconcussas, aplicadas à minha própria existência, repousa toda a minha
felicidade, repousam todas as minhas
esperanças!
Eis o homem verdadeiramente sábio! O
conhecimento não lhe era aflição de espírito, senão fonte de alegria eterna.
Nada há, realmente, neste mundo, tão belo
como esta aliança da razão humana e da fé, da ciência terrestre e da ciência
divina, da vida sobrenatural intensa e da mais ativa vida exterior,
inteiramente consagrada ao bem. O homem que consegue – como Lorde Kelvin – esta
unidade de todo o seu ser é, em verdade, um forte; exerce sobre os outros entes
uma força cujo alcance não podemos calcular; educa unicamente pela sua
influência, pelo seu exemplo. Com simplicidade, sem premeditação alguma,
talvez, no meio em que Deus o colocou, devido a circunstâncias determinadas
pela Providência, é o apóstolo, em toda a sublimidade e beleza dessa palavra, e
em toda a sua força também.
História maravilhosa e verdadeira! Parabéns! Eliselma
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