Ensinava o santo abade João a um velho monge, mas este, pouco favorecido pela memória, depressa lhe esquecia as lições. Receoso, entretanto, de enfadar o santo com repetidas perguntas, não ousava buscar novos esclarecimentos para as suas dúvidas.
Um dia o bondoso abade, dando tento da timidez e da delicadeza exagerada do monge, ordenou-lhe que acendesse uma candeia e, com esta, uma outra; e logo lhe perguntou:
- Essa candeia, que acendeu a outra, perdeu alguma coisa de seu brilho ou ficou desmerecida em seu lume?
Respondeu o discípulo:
- Não, padre.
Tornou o santo:
- Pois venham a mim centenas de discípulos com mil perguntas e não perderei a menor parcela da luz da caridade divina.
Aparecestes, luz divina, àquele que estava como em trevas de pecados; aparecei, também, a meu espírito quando leio e medito vossa palavra na Sagrada Escritura. Ó luz divina que nunca escureceis, ó resplendor celeste que nunca tendes treva, ó dia formoso que nunca anoiteceis, ó sol rutilante que não tendes ocaso, caminhai com vossa formosura e entrai nesta alma que está desejosa de vossa claridade; enchei-a de vosso clarão divino para que em vós entenda a verdade, por vós a pratique, e goze de vós que sois a eterna verdade.
Favorecei-nos, misericordioso Deus, na nossa salvação, com o Vosso auxílio, a fim de que meditemos agradecidos nos portentosos eventos pelos quais nos outorgastes vidas e imortalidade. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor, Amém.
Autor: (D.) – Lendas do Céu e da Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário