Os Fioretti (Pequenas flores) foram escritos em latim, no século XIII, recolhendo historietas e milagres que se contavam de Francisco de Assis. Também nasceram “Fioretti” em torno da vida de Antônio, de Lisboa ou de Pádua. O “Livro dos Milagres” foi escrito por Arnaldo de Serranno, na segunda metade do século XIV, dentro da visão e da mentalidade da época, que todos sabemos compreender. Selecionamos aqui “O fingido e o verdadeiro morto”.
Durante o seu giro missionário pelo Friuli e pela Ístria, Santo Antônio chegou aos arredores de Údine. Lá os franciscanos ainda não eram conhecidos. Ele mesmo era uma figura que suscitava mais desconfiança do que simpatia, mais aversão do que acolhimento.
Desejoso de pregar ao povo trepou numa árvore. Todavia, como referem as tardias tradições locais, em vez de provocar ao menos a curiosidade dos que se achegavam, causou entre o povo reações de insolência, caçoadas e insultos. O Santo jamais enfrentara tal situação na sua vida de pregador. Por isso, imitando o gesto de indignação ensinado por Cristo, sacudiu a poeira dos pés e se afastou.
Impressionado, o povo se arrependeu de sua aspereza e acabou abrindo o coração a uma sincera devoção para com o arauto de Cristo.
Passou então a Gemona, onde sua pregação colheu grandes frutos entre a população. Aquela gente o levou a erigir uma capela em honra da Virgem Santíssima. Para construí-la iniciaram-se os trabalhos numa atmosfera de intenso entusiasmo. As despesas, naturalmente, corriam por conta das esmolas livres dos devotos.
Um belo dia passou por aquelas paragens um agricultor guiando uma carroça. Antônio lhe pediu ajuda no transporte de pedras. Respondeu o camponês que não podia fazê-lo, porque, infelizmente, estava levando para o cemitério o corpo do seu próprio filho que jazia no fundo do carro. “Seja como dizeis”, replicou o Santo.
O vilão prosseguiu sua viagem. Chegando a uma distância onde não podia ser ouvido pelo homem de Deus, aproximou-se do rapaz e o despertou, para juntos rirem-se do frade. Mas o sorriso se lhe apagou súbito na boca, pois, por mais que o chamasse e sacudisse, o jovem não respondeu. Estava morto de fato.
Assaltado pelo remorso, o camponês zombeteiro apressou-se em retornar ao Santo, e, entre gemidos, lhe contou tudo. Antônio se enterneceu e confortou o pobre homem. Então, aproximando-se da carroça, com um sinal da cruz, devolveu o jovem à vida.
Fonte: Convento Santo Antonio
Gosto demais de saber sobre Santo Antônio! Fizemos um estudo certa vez nas pequenas comunidades sobre a vida dele e foi muito bem proveitoso e eu particularmente tenho-lhe grande devoção. Nos meus piores momentos acendo vela para ele, rezo o responso e tenho de volta o que eu queria! Um abraço!
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