Mas porque Almas Castelos? Eu conheci algumas. São pessoas cujas almas se parecem com um castelo. São fortes e combativas, contendo no seu interior inúmeras salas, cada qual com sua particularidade e sua maravilha. Conversar, ouvir uma história... é como passear pelas salas de sua alma, de seu castelo. Cada sala uma história, cada conversa uma sala. São pessoas de fé flamejante que, por sua palavra, levam ao próximo: fé, esperança e caridade. São verdadeiras fortalezas como os muros de um Castelo contra a crise moral e as tendências desordenadas do mundo moderno. Quando encontramos essas pessoas, percebemos que conhecer sua alma, seu interior, é o mesmo que visitar um castelo com suas inúmeras salas. São pessoas que voam para a região mais alta do pensamento e se elevam como uma águia, admirando os horizontes e o sol... Vivem na grandeza das montanhas rochosas onde os ventos são para os heróis... Eu conheci algumas dessas águias do pensamento. Foram meus professores e mestres, meus avós e sobretudo meus Pais que enriqueceram minha juventude e me deram a devida formação Católica Apostolica Romana através das mais belas histórias.

A arte de contar histórias está sumindo, infelizmente.

O contador de histórias sempre ocupou um lugar muito importante em outras épocas.

As famílias não têm mais a união de outrora, as conversas entre amigos se tornaram banais. Contar histórias: Une as famílias, anima uma conversa, torna a aula agradável, reata as conversas entre pais e filhos, dá sabedoria aos adultos, torna um jantar interessante, aguça a inteligência, ilustra conferências... Pense nisso.

Há sempre uma história para qualquer ocasião.

“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15)

Nosso Senhor Jesus Cristo ensinava por parábolas. Peço a Nossa Senhora que recompense ao cêntuplo, todas as pessoas que visitarem este Blog e de alguma forma me ajudarem a divulga-lo. Convido você a ser um seguidor. Autorizo a copiar todas as matérias publicadas neste blog, mas peço a gentileza de mencionarem a fonte de onde originalmente foi extraída. Além de contos, estórias, histórias e poesias, o blog poderá trazer notícias e outras matérias para debates.

Agradeço todos os Sêlos, Prêmios e Reconhecimentos que o Blog Almas Castelos recebeu. Todos eles dou para Nossa Senhora, sem a qual o Almas Castelos não existiria. Por uma questão de estética os mesmos foram colocados na barra lateral direita do Blog. Obrigado. Que a Santa Mãe de Deus abençoe a todos.

domingo, 29 de janeiro de 2012

As primeiras aparições de Nossa Senhora


Têm sido publicados recentemente em italiano vários livros enumerando as aparições de Nossa Senhora. Não os tinha consultado, mas numa recente visita a Roma aproveitei a oportunidade para fazê-lo, e fiquei surpreso: numa época houve numerosas aparições, noutra eram muito raras; numa época a Virgem aparecia a certa categoria de pessoas, noutra a outra categoria completamente diferente; no século XX houve importantíssimas e comprovadas aparições (por exemplo, Fátima, Lourdes), mas também uma espécie de “inflação” de aparições falsas, como que indicando a permissão dada ao demônio para confundir as almas, em castigo por nossos pecados. [...]

1) A conversão da Espanha ao catolicismo foi bem mais difícil do que se imagina. O Apóstolo Santiago esforçava-se e sofria para converter aqueles pagãos endurecidos. Nossa Senhora ainda vivia, e para encorajar o provado Apóstolo, Ela lhe apareceu sobre um pilar na cidade de Cesaraugusta (hoje Zaragoza), dizendo-lhe que no futuro a fé daqueles povos seria profunda e séria. Muito consolado, o Apóstolo continuou seu árduo trabalho, resultando que hoje uma parte considerável da Igreja Católica reza em espanhol. E Nossa Senhora do Pilar é a Padroeira da Espanha.
No rigor da linguagem teológica, esta não foi uma aparição, mas uma bilocação (estar em dois locais ao mesmo tempo), pois Nossa Senhora ainda estava nesta Terra. Mas a seguinte pode ser considerada a primeira aparição da História, no sentido próprio do termo.

2) Estavam os Apóstolos reunidos na cidade de Éfeso, atual costa da Turquia, mas que nessa época era uma cidade grega. Imploravam eles o auxílio da Santíssima Virgem nas diversas dificuldades da nascente Igreja, quando a Mãe de Deus lhes apareceu, cheia de luz, e lhes prometeu que jamais os abandonaria. Esta aparição não deixa de ter um simbolismo muito bonito, pois Nossa Senhora apareceu aos Apóstolos em seu conjunto, como representação da Hierarquia da Igreja, e lhes prometeu sua permanente ajuda. Auxílio que Ela irá demonstrando constantemente ao longo da História.

3) A seguinte aparição, a que agora nos referiremos, parece proposital para ensinar os caminhos de Deus aos que pensam que a Igreja, em sua história, só apresenta progressos espetaculares, brilhantes, de efeito imediato. Pelo contrário, esta aparição não podia crescer de modo mais humilde. Por volta do ano 70, vivia em Le Puy, na atual França, certa mulher convertida havia pouco à verdadeira Religião. Estava gravemente doente, mas após ter visto a Virgem Santíssima ficou curada e construiu no local das aparições uma pequena capela. Ali foram se registrando com o passar do tempo outros milagres, que contribuíram para a sua popularidade. Entretanto, só muito lentamente as peregrinações foram surgindo. A igreja edificada no século XIX no local da antiga capela é ainda um centro de peregrinações. Os bispos locais aceitaram tal devoção, que se impôs mais pela perseverança ao longo dos séculos do que por milagres espetaculares ou revelações retumbantes. Assim ocorrem muitas coisas na Igreja: um pequeno trabalho de todos os dias, do qual não se vê o fruto imediato, mas que vence pela perseverança e acaba alcançando êxito e um grande bem. [...]

(Trechos extraídos da Revista Catolicismo de julho de 2005)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Os pecados contra o Espírito Santo


Além dos pecados mortais (pecados graves) e dos pecados veniais (pecados leves), há uma outra qualificação de pecados justamente por serem pecados especiais e com um alcance de malicia diferenciado... Irei tratar mais abaixo dessa qualificativa diferenciada.

Os pecados mortais (que são pecados graves) nos afastam de Deus e nos levam ao inferno. Somente através de uma boa confissão é que somos perdoados. Para se fazer uma boa confissão é preciso ter fé que o padre tem o poder de absolver-te (poder esse dado pelo próprio Jesus Cristo: Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos - São João 20, versículo 23). É preciso também estar arrependido de ter pecado e prometer nunca mais faze-lo novamente.

Os pecados veniais (que são pecados leves, como, por exemplo, uma pequena mentira, que não prejudique ninguém, uma gulodice que não traga prejuízos sérios à saúde, etc...) também nos afasta de Deus, mas não merecemos o inferno por causa deles, por que são culpas leves. Se morrermos com pecados veniais, iremos pagar nossas culpas no purgatório, e depois iremos ao céu. Sendo Deus puríssimo, inadmissível que se fique em Sua Divina presença com alguma mancha por menor que seja. Os pecados veniais são perdoados rezando-se um Ato de Contrição, ou com arrependimento praticando um outro ato de piedade.

Mas no entanto, por causa do alto grau de malícia que existe em alguns tipos de pecados, recebem um outro tipo de qualificação. Como, por exemplo, “Pecados que Bradam aos Céus e clamam a Deus por vingança” (homicídio voluntário, por exemplo).

Mas hoje, em especial, irei tratar dos PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO para os quais não há perdão.

Os pecados contra o Espírito Santo são seis, e chamam-se estes pecados particularmente pecados contra o Espírito Santo, porque se cometem por pura malícia, o que é contrário à bondade que se atribui ao Espírito Santo (Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã de São Pio X):

1º - Desespero de salvação: Ocorre quando a pessoa já pecou tanto que entra em desespero achando que não há mais salvação para ela. Fica convencida de que não há mais solução e que seu destino é o inferno. NOTE-SE QUE NESTE CASO A PESSOA NÃO SE CONFESSA POR QUE ACREDITA QUE NÃO ADIANTA, E QUE ESTÁ DEFINITIVAMENTE CONDENADA.

2º - Presunção de salvação sem merecimento: Ocorre quando a pessoa se acha muito virtuosa que pensa que já está no céu e por isso por mais que possa ter feito algum pecado, Deus lhe perdoará. Implica num sentimento de orgulho achando de que está salva pelo que já fez na vida. NOTE-SE QUE NESTE CASO A PESSOA NÃO SE CONFESSA POR QUE ACHA DESNECESSÁRIO; ACREDITA QUE JÁ ESTÁ SALVA.

3º - Negar a verdade conhecida como tal: Ocorre quando a pessoa se julga “dona da verdade” e por isso não aceita as verdades da fé por puro orgulho. NOTE-SE QUE NESTE CASO A PESSOA NÃO SE CONFESSA POR QUE ACHA QUE ESTÁ CERTA E QUE NÃO HÁ NADA A SE CONFESSAR. NEM CONSIDERA O PECADO DE DUVIDAR DAS VERDADES DA FÉ, OU MESMO NEGAR AS VERDADES DA FÉ. A PESSOA ACHA QUE ESTÁ CERTA E QUE ESSA CERTEZA É ABSOLUTA. CONSIDERA QUE SABE MAIS DO QUE A PRÓPRIA IGREJA E COM ISSO NEGA QUE O ESPÍRITO SANTO AUXILIA O SAGRADO MAGISTÉRIO DA IGREJA.

4º - Inveja da graça fraterna: Ocorre quando a pessoa tem inveja da graça que Deus dá a outrem. O invejoso irrita-se por que o seu próximo conseguiu algo de bom e por isso revolta-se contra Deus. É o caso de Caim e Abel. Caim matou Abel por inveja. NOTE-SE QUE NESTE CASO A PESSOA NÃO SE CONFESSA POR QUE ESTÁ REVOLTADA CONTRA DEUS E NÃO HÁ ARREPENDIMENTO EM SEU CORAÇÃO.

5º - A obstinação no pecado: É quem peca não por fraqueza, mas por malícia. Peca não por que simplesmente teve tentação, mas por que AMA pecar. ORA, SE AMA PECAR, NÃO SE CONFESSA, POR QUE QUER CONTINUAR NO PECADO.

6º - A Impenitência final: Não é difícil de entender este pecado, pois uma pessoa que vem pecando a vida inteira, no final de sua existência continua sendo impenitente e não arrependido de tudo o que fez de mal. É a suprema e final rejeição à Deus. Mesmo estando no fim da vida e sabendo que vai morrer, a pessoa não quer mudar de vida. ESTA NÃO SE CONFESSA POR QUE REJEITA DEUS ATÉ NESTA HORA EXTREMA.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Como pode se ver, os pecados contra o Espírito Santo são pecados de pura malícia, não de fraqueza, ou seja, a vontade da pessoa está endurecida de uma tal forma que ela JAMAIS SE CONFESSARÁ por que NÃO QUER SE CONFESSAR. Deus dá a todos a chance de se salvar e ir ao céu, mas quem peca contra o Espírito Santo não quer sair da situação em que se encontra, então Deus não pode salvar quem não quer se salvar, e por isso mesmo não tem perdão.

O QUE DIFERENCIA OS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO DE OUTROS PECADOS É A VONTADE DA PESSOA, NÃO O ATO EM SÍ... OU SEJA, É A VONTADE QUE FAZ COM QUE A PESSOA NÃO QUEIRA MUDAR DE VIDA. Por isso se peca contra o Espírito Santo por ato de pura malícia, não por mera fraqueza.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Elogio da Humildade


Perguntou, certa vez, um lavrador a um santo anacoreta:

-Que devemos fazer, meu Pai, para adquirir a humildade?

Respondeu o santo:

- É preciso, somente, que consideremos nossos defeitos e esqueçamos os alheios, e como a humildade torna o homem perfeito, quanto mais ele a pratica mais se eleva na estima de todo o mundo.

E acrescentou:

- O orgulho querendo elevar a criatura faz, ao contrário, que ela caia no pecado. A humilhação, querendo abaixa-la e reduzi-la ao nada, eleva-a até ao Céu. Não confies em ti mesmo, mas coloca tua esperança em Deus.

Faze o que de ti depende, e Deus ajudará a tua boa-vontade.

Não confies na tua ciência, ou na inteligência de qualquer vivente; confia, antes, na graça de Deus, que favorece os humildes e assiste aos que d’Ele precisam.

A alma verdadeiramente humilde é muito corajosa. [...]

(Fonte: Lendas do Céu e da Terra – Malba Tahan – autor D.)

NOTA DO BLOG: Não conheço maior elogio à um homem do que o que disse Nosso Senhor sobre São João Batista:

“Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele.” (São Mateus, 11,11).

E o que dizia São João Batista de si mesmo?

“Perguntaram-lhe de novo: Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo? Ele respondeu: Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías (40,3).” (São João 1:22-23)

"Seis coisas há que o Senhor odeia e uma sétima que lhe é uma abominação: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, um coração que maquina projetos perversos, pés pressurosos em correr ao mal, um falso testemunho que profere mentiras e aquele que semeia discórdias entre irmãos." (Provérbios 6, 16-19)

Na foto acima, Santa Teresinha do Menino Jesus, modelo de humildade.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Os Apóstolos escolhidos por Nosso Senhor


SÃO PEDRO. Simão Pedro pregou evangelho de Cristo em todo o território palestino, tendo feito também muitas viagens à Ásia Menor e à Itália. Sua primeira viajem a Roma foi no ano de 42, quando a partir de então foi reconhecido pelas comunidades cristãs na Itália, como o primeiro Chefe da Igreja Católica. Voltou à Jerusalém, à Grécia e à Turquia, por diversas vezes. Morreu crucificado de cabeça para baixo na colina do Vaticano em Roma, no dia 29 de junho do ano 67.

Foi um extraordinário Apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo, que se empenhou incansavelmente por longas e difíceis jornadas, para converter e evangelizar o povo. Deixou-nos além de seu exemplo extraordinário, duas Epístolas dirigidas às Comunidades cristãs da Ásia e da Capadócia.

SÃO PAULO ou Paulo de Tarso foi outro grande apóstolo, muito embora não tenha pertencido ao grupo dos doze primeiros chamados por Nosso Senhor Jesus Cristo. A sua conversão magnífica se deu por um milagre, pois o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo lhe apareceu e lhe perguntou: “Paulo, por que me persegues?”. Daí por diante, São Paulo tornou-se um ardoroso seguidor de Nosso Senhor. Escreveu 14 Epístolas que são a expressão mais pura e fiel, de seu amor dedicado a Deus e sua constante vigilância e preocupação em manter coesos os núcleos cristãos que dava assistência e que tinha fundado, em companhia de diversos religiosos que o ajudavam no apostolado.

Paulo nasceu em Tarso, entre os anos 5 e 10 de nossa era, na capital da Cilícia, grande e populosa cidade do Império Romano no Oriente, e que se caracterizava por um centro de intelectuais. Mas foi criado e educado em Jerusalém, na Palestina. Pertenceu à famosa escola de Gamaliel, um dos doutores da lei de maior reputação e prestígio naquela época. Já homem adulto, levado pelo seu excessivo zelo farisaico de impor a Lei de Moisés, perseguiu impiedosamente os cristãos. Mas perto de Damasco, montado em seu cavalo, teve uma aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo; com esta visão Paulo de converte ao cristianismo. Foi instruído por Ananias nas verdades do cristianismo e depois batizado. A seguir isolou-se espontaneamente em um lugar deserto, onde sozinho fez penitencias, jejuou e rezou muito, arrependendo-se verdadeiramente de seus pecados.

São Paulo, viajou e pregou continuamente em Chipre, Pafos, Antioquia, Icónio, Listra, derbe, Cilícia, Tessalônica, Atenas, Macedônia, Corinto; em muitas outras cidades da Grécia e da Síria.

Morreu decapitado em Roma e segundo a tradição, no mesmo dia 29 de junho, na mesma data em que São Pedro foi crucificado, muito embora tenha ocorrido um ano antes.

SÃO JOÃO, o evangelista, conhecido também como o “discípulo amado”, permaneceu junto de Maria Santíssima até os seus últimos momentos na Terra. Depois do Primeiro Concilio Ecumênico realizado em Jerusalém no ano de 51 de nossa era, sob a direção do apóstolo e primeiro Papa São Pedro, partiu para evangelizar a Ásia Menor. É assim que levou com invulgar dedicação a palavra de Deus, para a conversão dos povos do território soviético, entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Morreu Bispo de Éfeso, na Turquia, pelo ano de 105 de nossa era. Em homenagem ao grande Apóstolo de Jesus, lá existe uma magnífica Basílica com o seu nome.

Há uma tradição segundo a qual São João Evangelista começou suas pregações antes da realização do Concílio de Jerusalém, tendo sido acompanhado por Nossa Senhora durante a evangelização da Ásia Menor, e que com 72 anos de idade a Virgem Mãe despediu-se da Terra, sendo sepultada em Éfeso, onde existe um túmulo vazio com inscrições, e estando suas vestes mortuárias e o caixão, guardados numa Basílica Mariana de Constantinopla, hoje cidade de Istambul, na Turquia.

Contudo, todos os estudos e pesquisas realizados, leva-nos à afirmar que Maria Santíssima não saiu da Palestina depois da morte de Jesus, e que terminou os seus dias entre nós na cidade de Jerusalém. Como São João amava Nossa Senhora, provavelmente deve ter dito muitas coisas sobre Nossa Senhora na Ásia e deve ter levado para lá algumas relíquias da Santa Mãe de Deus.

São João escreveu o quarto evangelho, fazendo-o de maneira notável. Escreveu também três epístolas às Comunidades cristãs da Ásia Menor e o Apocalipse.

SÃO TIAGO MENOR era filho de Cleófas com a outra Maria. Atuou decididamente em todo o território palestino, convertendo multidões de pagãos e levando os ensinamentos de Jesus a todas as cidades, aldeias e povoados do território judeu.

É tradição que José de Arimatéia o acompanhou em diversas viagens, oportunidade em que mostrava aos fiéis o Santo Sudário de Cristo, que havia recebido das mãos de São Pedro.

Posteriormente, São Tiago Menor fixou residência em Jerusalém, onde foi eleito Bispo. Foi o segundo Bispo de Jerusalém e como tal, permaneceu até morrer martirizado, por instigação do Sumo-Sacerdote Anãs II. Foi lançado de uma galeria do Templo Judeu de Jerusalém e espancado até a morte, no ano de 62 de nossa era.

O “Irmão do Senhor”, como ele é conhecido, era destemido e voluntarioso. Por dezenas de vezes entrou no Templo e fez pregações incisivas e corajosas, mostrando a todos a correta doutrina Divina e com veemência estimulava o povo a seguir Jesus. Os Sacerdotes sentindo-se superados pelos seus argumentos, apelaram inicialmente para as intrigas e depois para tramas diabólicas, que culminaram com o seu martírio dentro do próprio Templo.

São Tiago Menor escreveu uma Espístola, provavelmente um pouco antes de morrer, onde entra em polêmica com alguns cristãos, que deformavam o ensinamento de São Paulo.

SÃO FELIPE era de Betsaida, a mesma cidade de São Pedro e Santo André. Pregou o evangelho na Frigia.

SÃO TOMÉ levou a palavra de Deus aos Partos e Indianos; SÃO BARTOLOMEU, também conhecido pelo nome de Natanael, pregou na Índia e depois foi para a Armênia; SANTO ANDRÉ, irmão de São Pedro, pregou a Doutrina Cristã na Cíntia e no Egito; SÃO SIMÃO Zelote e SÃO MATIAS levaram o Evangelho de Nosso Senhor para a Pérsia e para a África.

SÃO TIAGO MAIOR era filho de Zebedeu e Maria Salomé, prima de Jesus. Pregou o Evangelho na Palestina e foi martirizado por Herodes Antipas no ano 44.

SÃO LUCAS, que tinha o nome de Lucano, também não pertenceu aos doze primeiros chamados por Nosso Senhor Jesus Cristo. Nasceu na Grécia e seus pais, Enéias e Íris, eram escravos do Senador romano Prisco, que comandava a guarnição militar da Síria. Com a morte do oficial romano, seus pais passaram a servir Diodoro Cirino e sua familia, filho e herdeiro natural de Prisco. Com um pouco mais de 10 anos, recebeu em Antioquia, na Síria, os primeiros ensinamentos de um professor grego que administrava aulas para a filha de Diodoro. Evoluiu rapidamente e mostrou grande desembaraço nos estudos, granjeando a amizade de Keptah, que era o médico escravo da família, desenvolvendo a partir desta época sua tendência pelas Ciências Médicas.
Aos 17 anos foi para Alexandria, onde foi cursar Medicina, num famoso Colégio Médico, que possuía vastas e excelentes instalações com uma imensa biblioteca.

Depois de 4 anos de árduo estudo, concluiu o curso. Viajou para Roma, onde passou a residir em companhia de seus pais e especializou-se durante um ano. A partir de então passou a exercer seus trabalhos profissionais. Freqüentou as primeiras Comunidades Cristãs na Itália e na Palestina, sagrando-se Apóstolo pelas mãos de São Pedro.

Escreveu o 3° Evangelho e os Atos dos Apóstolos, onde, neste último, descreve muito das atividades dos Discípulos de Jesus e principalmente, uma pormenorizada narrativa da labuta de São Paulo.

Uma leitura minuciosa e observadora do seu 3° Evangelho e mais precisamente dos Capítulos 1° e 2°, leva-nos a concluir que São Lucas deve ter recebido aquelas informações diretamente de Maria Santíssima, que era a única com vida, que conhecia todos aqueles fatos, por ter sido ELA uma personagem integrante dos acontecimentos descritos, ou recebeu-os de alguém que tinha convivido muito próximo da Mãe de Deus, como o Apóstolo São João Evangelista.

SÃO JUDAS TADEU era também filho de Cleófas com a outra Maria e portanto primo de Nosso Senhor. Durante muitos séculos seu nome ficou esquecimento, por causa da semelhança de seu nome com o de Judas Iscariotes, o traidor. São Judas Tadeu é chamado de Lebeu, que significa bondoso ou corajoso. Ele levou o evangelho de Deus por toda a Mesopotânia e no interior do Ponto, assim como em Edessa. Chegou até a cidade de Nerito ou Berito na Armênia, onde foi preso por causa de suas veementes pregações contra diversas divindades daquele mundo pagão e onde também foi crucificado, sendo o seu corpo transpassado de flexas.

Escreveu uma Epístola endereçada aos cristãos de um modo geral, visando alerta-los e prevení-los contra os reais perigos das heresias que assolavam o cristianismo, trazendo dúvidas e confusões a corações não precavidos. Esta epístola foi escrita em Jerusalém ou na Alexandria, antes da grande guerra do ano 70, provavelmente no ano 66 ou 67 de nossa era.

Não foi fácil para os apóstolos converterem milhares e milhares de pessoas, que intimamente, por efeito do ambiente em que viviam e por tradição, já possuíam uma natural inclinação para tornar um deus, a tudo o que começavam a admirar. Inclusive os próprios Apóstolos, em muitas ocasiões, foram motivos de exageradas venerações por parte do povo, a partir do momento em que faziam milagres em nome de Deus, restituindo a saúde a uns e curando os defeitos físicos de outros. Isto obrigou-os a fazerem decididas reações, no sentido de acabar com aquele costume, fazendo-os compreender a quem deviam adorar e a dirigir todo o seu amor.

Fonte: Pelos Caminhos do Amor – Jusan F. Novaes – 1ª edição – 1983
NIHIL OBSTAT e IMPRIMATUR de D. Antonio Afonso de Miranda SDN
Bispo Diocesano de Taubaté (1983)
Com Aprovação Eclesiástica.

Recomendo que completem a leitura com estas postagens:

São Tomé já esteve no Brasil:
http://almascastelos.blogspot.com/2010/10/o-apostolo-sao-tome-no-brasil.html

São Paulo:
http://almascastelos.blogspot.com/2011/01/sao-paulo-apostolo.html

Os Apóstolos:
http://almascastelos.blogspot.com/2011/01/os-santos-apostolos_21.html

São João, o Teólogo:
http://almascastelos.blogspot.com/2011/10/sao-joao-o-teologo.html

São João Evangelista:
http://almascastelos.blogspot.com/2011/11/s.html

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

As três árvores


Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes. A primeira, olhando as estrêlas, disse:

- Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada.

A segunda olhou para o riacho e suspirou:

- Eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas.

A terceira árvore olhou o vale e disse:

- Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em DEUS.

Muitos anos se passaram e certo dia vieram três lenhadores pouco ecológicos e cortaram as três árvores, todas ansiosas em serem transformadas naquilo que sonhavam.

Mas lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos!... Que pena!

A primeira árvore acabou sendo transformada num coxo de animais, coberto de feno. A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias. E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em grossas vigas e colocadas num depósito. E todas as três se perguntavam desiludidas e tristes:

- Para que isso? Nossos sonhos não se realizaram! Fracassamos!

Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrêlas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu recém nascido naquele coxo de animais.E, de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo...

A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando um homem que acabou dormindo no barco, mas quando a tempestade quase afundou a pequena embarcação, o homem levantou e disse: “Paz!”. E, num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o Rei dos céus e da terra.

Tempos mais tarde, numa sexta feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel. Mas, logo no Domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para salvação da humanidade e que as pessoas sempre se lembrariam de DEUS e de seu Filho JESUS CRISTO ao olharem para ela.

As árvores haviam tidos sonhos... mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias do que haviam imaginado.

Diletos amigos, nossos sonhos e planos, por vezes, também não coincidem com os planos de Deus; e, quase sempre, somos surpreendidos com Sua generosidade e misericórdia. Quando as coisas pareceram estar acontecendo como são gostaríamos, tenhamos sempre esta certeza: Deus tem outros planos para nós – bem mais elevados do que aqueles que imaginávamos.É importante compreendermos que tudo vem de Deus e crermos que podemos esperar n’Ele, pois Ele sabe muito bem o que é melhor para cada um de nós.

Fonte:
http://casapiadossantosanjos.blogspot.com/2010/07/fabula-das-tres-arvores.html

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Fé inquebrantável até na hora da morte


Depois de uns poucos dias de repouso, volto desejando a todos um Ano Novo repleto de bençãos.

Sob o título “Heroísmo das Obras” o grandioso Blog Associação Apostolado Sagrado Coração de Jesus, publicou esta história de uma beleza extraordinária. A referida Associação tem feito um trabalho apostólico digno de todo o elogio e com uma santa e eloqüente arte de contar histórias. Que Deus abençoe o trabalho dessa Associação e a faça render frutos para Nossa Senhora e para a Santa Igreja. Transcrevo-a no meu Blog com a alegria de poder recomendar a visita de todos os amigos e amigas à Associação Apostolado Sagrado Coração de Jesus.

Na época da Revolução Francesa, um soldado da Vandéia, feito prisioneiro com muitos outros, foi levado a seu torrão natal a fim de ali suportar o derradeiro suplício. Lá estava ereta, na praça, uma Cruz, à pouca distância da qual se achava a casa do soldado. Os republicanos lembraram então ao condenado o velho pai, e lhe perguntaram se o queria ver.

- Sim, respondeu ele.

- Pois bem, acrescentaram, vê-lo-ás se abateres aquela Cruz com este machado.

O soldado tomou do machado e foi correndo à Cruz. Seus companheiros de desventura estremeceram, pensando que ele apostatasse de sua Fé. No entanto, o generoso soldado, abraçando-se a Cruz, exclamou:

“Ai de quem insultar, a Cruz de Cristo! E este o sinal da minha redenção, que até aqui venerei! Esta e a Cruz guardiã de meu batalhão. Ao pé dela rezei e lutei. Sempre obrei segundo os ensinamentos de Jesus Cristo que morreu na Cruz por minha salvação, e agora de bom grado morrerei aos pés dela por minha Fé. Ai de quem se atreva a tocá-la.”

Recompostos da surpresa, os revolucionários o feriram com baionetas e o intimaram a derrubar a Cruz.

Viva a Santa Cruz, gritou o chouan. Ela é o sinal da minha redenção. Nesse momento, traspassado pelas baionetas daqueles monstros, o sangue de Zacarias Ripoche incorporou-se à Arvore da vida!

Ao lado da Cruz, sobre uma pedra, ainda hoje está escrito:

Aqui jaz Zacarias Ripoche, o herói da Santa Cruz!

(A palavra de Deus em exemplos – G. Mortarino, J C – Edições Paulinas – S.P. -1ª edição -1961, p. 296).
N. B. : Que exemplo magnífico de heroísmo católico! Rezemos para que a Santíssima Virgem nos conceda forças para seguirmos, se necessário, tal exemplo!

Fonte: Blog Associação Apostolado Sagrado Coração de Jesus.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Bom Natal até na Guerra

Mais um ano se passou. O noticiario mundial não é nada esperançoso. Crises em todos os setores da vida do homem. Os horizontes são prenunciadores de borrascas. E não só no mundo financeiro e politico, mas na esfera espiritual a coisa ainda é pior. Quando sairemos dessa situação penosa na qual se encontra o homem moderno?

Lembro-me com saudades de minha infância e das histórias que meu pai me contava: um episódio da primeira guerra mundial.

Por incrivel que pareça é uma história real. Em pleno campo de batalha, os alemães guerreavam contra os ingleses. Já era tarde da noite. De repente os tiros cessam e os ingleses veem surpreendidos os alemães sairem de suas trincheiras e caminharem calmamente cantando uma bela canção: Stille Nacht (Noite Feliz). Os trompetes acompanhavam as vozes tranquilas e alegres dos alemães. Era noite de Natal. Os ingleses olhavam desconfiados daquilo tudo. Mas os alemães cantavam e festejavam alegres.

Os ingleses inebriados com tal visão na noite natalina, também sairam de suas trincheiras e foram em direção aos alemães para confraternizar com eles essa Noite Santa. Se aproximaram aos poucos e logo estavam se cumprimentando, desejando bom natal. A Sacralidade da Noite Santa tomara conta do espírito dos soldados. Passaram a noite sentados à luz de uma fogueira, bebendo, cantando e conversando. Noite de Natal: o mundo reverencia e festeja a vinda do Menino Deus, Rei do Universo.

Lembranças das famílias, lembranças dos parentes, das festas natalinas, de suas infâncias e do Papai Noel, trazem lágrimas aos olhos dos soldados.

Assim vai a noite...

De manhã, se despedem, retornam às suas trincheiras e a guerra recomeça...
Outros tempos, outras épocas... quando a religiosidade enchia o coração dos homens. Anos mais tarde soube que era fato real ocorrido em 1914. No ano de 1999 foi colocada uma cruz no local para que servisse de lembrança desse fato tão significativo.

* * * * * * * * * * * *

Diante do présepio, ajoelhado diante do Menino Jesus, peço à Nossa Senhora e a São José que dêem a todos os meus amigos e amigas as boas graças de um Santo Natal e que no Ano Novo de 2012 Nosso Senhor Jesus Cristo reine em todos os corações.

Renovo aqui o ato de consagração deste Blog ao Sagrado Coração de Jesus:

Ó Cristo Jesus, eu Vos reconheço como Rei do Universo, sois o autor de toda a criação; exercei sobre mim todos os vossos direitos. Renovo as minhas promessas do batismo, renunciando a Satanás, suas pompas e suas obras; e de modo especial comprometo-me a lançar mão de todos os meios ao meu alcance para fazer triunfar os direitos de Deus e de vossa Igreja. Ó Sagrado Coração de Jesus, eu Vos ofereço minhas pobres ações para que os homens reconheçam a vossa Realeza Sagrada e o Reino de vossa paz se estabeleça por todo o universo. Amém.

FELIZ NATAL A TODOS E UM BOM ANO NOVO!

A foto acima é do presépio napolitano de Cicillo Matarazzo (1620 peças), do século XVIII, em exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo.

Crédito da foto: http://www.museuartesacra.org.br/presepios.html

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A via mais perfeita para Céu


Deus aguardou por séculos para vir até os homens redimi-los. Bem que Deus, sendo omnipotente poderia ter simplesmente aparecido na Terra; ou mesmo ter descido do Céu a vista de todos.

Deus também é imutável em Seus Atos, pois se fosse mutável significaria que o Primeiro Ato não seria o melhor e nem o mais perfeito.

No entanto o mundo era indigno de receber Deus Filho, diretamente de Deus Pai. Tantos são os pecados que afastam o homem de Deus que há uma escarpa infinita entre Deus e os homens, por que Deus é Bondade Infinita. Como seria então a vinda de Deus Filho até os homens?

Ocorre que Deus, além de Omnipotente é Sábio, ou melhor, Deus é a própria Sabedoria. Portanto tudo o que faz, não poderia ter sido feito de maneira diferente, ou mais Sábia.

Assim, para vir até os homens, Deus escolheu o Caminho mais Perfeito, mais Sábio, mais Misericordioso, para vir até os homens: Maria. Sim, Maria foi o Caminho mais Perfeito e Sábio que Deus escolheu para vir até os homens.

E nós homens? Somos puros o suficientes para nos dirigir diretamente a Deus? Seremos tão presunçosos a ponto de acharmos que, cheios de defeitos e imperfeições, seriamos dignos de nos aproximar diretamente até Deus? Ó homens orgulhosos...

Sejamos humildes para reconhecer nossas imperfeições e defeitos. Se Deus decidiu que deveria vir até nós por Maria, quem somos nós para pensarmos o contrário?

Iremos a Deus por Maria também, implorando Sua intercessão, pedindo perdão e humildemente, pois MARIA, definitivamente, é o Caminho mais Perfeito para chegar até Deus.

Ó Maria Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.

Ela como uma Boa Mãe nossa e de Deus, saberá nos apresentar ao Seu Divino Filho com todo o respeito que a Ele é devido.

Fonte: Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem - São Luiz Maria Grignion de Montfort

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Como surgiu o “Santa Maria, rogai por nós”


Nossa Senhora e o Concilio de Éfeso

A história da Ordem do Carmo é cheia de riquezas. Seu fundador, Santo Elias, 400 anos antes de Nosso Senhor Jesus Cristo, já venerava a Mãe de Deus que iria nascer.

Afirmava São Epifânio que já na primeira metade do século IV, existia uma associação de mulheres cristãs que prestavam um culto a Maria Santíssima.Vemos na história quantos Santos tiveram grande devoção à Mãe de Deus, e que muitos a conheciam como Santa Maria.

Porém, foi depois do Concílio de Éfeso, realizado no ano de 431, por convocação do Papa Celestino I, que surgiu um culto litúrgico em honra à Mãe de Deus.

O Concílio de Éfeso foi convocado para combater as heresias do Pelagismo e Nestorismo, dirimindo equívocos sobre a Doutrina Cristã, ao mesmo tempo em que definia uma sublime prerrogativa de Maria e o seu verdadeiro posicionamento na economia da salvação, culminando por decretar o Dogma de SUA Maternidade Divina.

Os erros das heresias espalharam-se rapidamente, fazendo muitos adeptos como normalmente acontecia de inicio com todas as heresias. Mas esses erros que versavam sobre a Divindade de Jesus Cristo e a Maternidade de Sua Santa Mãe, foram logo e energicamente combatidos.

São Cirilo, Bispo de Alexandria, foi o Presidente do Concílio em Éfeso, que defendeu dignamente as verdades do cristianismo, contra as investidas herejas.

No dia do encerramento, após a leitura da sentença que condenava os heresiarcas, expressando o pensamento unânime de todos os presentes, foi lido o decreto do Dogma da Maternidade Divina de Maria Santíssima, proclamado e justificado com toda honra, para a maior Glória de Deus. O Papa São Celestino emocionado e com lágrimas nos olhos, ajoelhou-se e respeitosamente saudou-a assim:

“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amem”

Essa saudação de Sua Santidade, ficou sendo a segunda parte da AVE MARIA, que tem como primeira parte dois trechos. Um formado pelo cumprimento feito pelo Arcanjo São Gabriel a Maria, no dia da Anunciação, em Nazaré:

“Ave Maria, cheia de graça. O Senhor é convosco”.

O outro trecho é constituído pela frase pronunciada por Santa Isabel, prima de Maria, quando a Santíssima Virgem foi a Ain Karin para ajuda-la durante os três últimos meses de gravidez, do qual nasceu São João Batista. Disse Isabel:

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre”.

Fonte: “Pelos Caminhos do Amor” – Jusan F. Novaes – 1ª Edição – ano 1983 – Com Aprovação Eclesiástica.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Papai Noel é São Nicolau

São Nicolau de Mira ou Bari

O gentil santo dos presentes natalinos

Famoso por suas esmolas e socorro ao povo cristão, tornou-se para vários países o santo que realça as festas de Natal

(Plinio Maria Solimeo)

Na vida de São Nicolau de Mira, ou de Bari, é difícil saber o que é realidade e o que é legenda. Pois este santo do século IV foi um dos mais venerados no Oriente, antes de o ser no Ocidente. E as legendas contando maravilhas a seu respeito espalharam-se por todo o mundo.

Nicolau nasceu por volta do ano 270 em Patara, opulenta capital da Lícia (atual Turquia), de pais nobres, ricos e piedosos. Recebeu requintada educação religiosa e cívica. Na escola, evitava a companhia dos colegas perniciosos, só travando amizade com os bons e virtuosos. Crescendo, evitava os espetáculos perigosos, e domava seu corpo com vigílias, cilícios e jejuns.
Quando seus pais faleceram, Nicolau herdou grande riqueza. Mas considerou-se apenas administrador desses bens, cujos reais senhores se tornaram os pobres e os necessitados.

Socorro à pobreza envergonhada

Foi então que ocorreu um fato que todos os seus biógrafos narram e pintam tão bem. Um nobre caído na pobreza, não tendo como casar suas três filhas jovens e nem mesmo mantê-las, teve o satânico propósito de as prostituir para ganhar a vida. Nicolau soube do fato e ficou horrorizado. Tomando então uma bolsa com moedas de ouro, jogou-a pela janela da casa do infame, dando-lhe com isso o suficiente para casar a filha mais velha. No dia seguinte fez o mesmo, possibilitando casar a filha do meio. O beneficiado pôs-se então à espreita, para ver quem era seu anônimo benfeitor. E quando Nicolau, no terceiro dia, jogou outra bolsa para o dote da terceira filha, o nobre se lançou a seus pés, dizendo-se arrependido e agradecendo-lhe por aquele benefício. Nicolau pediu-lhe, confuso, para não tornar público o fato. Mas em vão, pois no dia seguinte toda a cidade comentava aquele grande ato de caridade.
Nicolau procurava, desse modo, remediar com suma caridade todos os necessitados. Socorria assim os enfermos e os miseráveis, libertava escravos e procurava atender todos os que sofriam por alguma causa.

Tendo falecido o arcebispo de Mira, os prelados da província e o clero elevavam fervorosas preces aos Céus, pedindo luzes para encontrar um digno sucessor. Como não chegavam a um acordo sobre quem escolher, combinaram então, por inspiração do alto, eleger bispo o primeiro cristão que entrasse na igreja no dia seguinte.

Ora, Nicolau tinha se mudado de Patara para Mira, a fim de viver mais obscuramente. E pensou logo em visitar a igreja local. Assim, bem de manhãzinha, franqueou o umbral do templo, ignorando em absoluto o que fora combinado. E foi logo apanhado e aclamado bispo. Embora resistisse, foi preciso ceder à vontade de Deus.

Elevação ao episcopado: luta contra os vícios

Nicolau tinha até então vivido de modo exemplar. Mas deu-se conta de que a elevada dignidade de que tinha sido revestido exigia ainda maior virtude. E disse para consigo: “Nicolau, esta dignidade requer outra vida. Até hoje viveste para ti. Agora hás de viver para os demais. Se queres que tua palavra persuada a grei que Deus te confiou, tens que dar eficácia às tuas exortações com o exemplo de uma vida perfeita”.1 A partir de então passava parte da noite em oração, comia uma só vez ao dia, abstendo-se de carne e vinho, dormia sobre uma dura enxerga e consagrava uma parte do tempo à oração e a outra parte à administração da diocese.
“Sua solicitude pastoral estendeu-se geralmente a todas as necessidades de seu povo. Cuidava dos pobres, dos doentes, dos prisioneiros, das viúvas e dos órfãos. Quando não os podia assistir pessoalmente, fazia-os ser visitados e assistidos por pessoas piedosas, a quem encarregava esses cuidados. Sua principal aplicação era a de conhecer as necessidades espirituais de seus fiéis e de levar-lhes os remédios eficazes. [...] Pregava contra todos os vícios, e o fazia com uma eloquência divina que o tornava vitorioso sobre todos os corações”.2

Salvando marinheiros de naufrágio

Num ano de grande carestia na Lícia, Nicolau soube que alguns barcos vindos de Alexandria, no Egito, com grande carregamento de trigo, refugiaram-se num porto perto de Mira. O santo apressou-se em ir até eles, suplicando aos armadores que fornecessem parte de sua mercadoria para remediar a extrema necessidade dos fiéis. Eles recusaram, alegando que todo o carregamento pertencia ao Estado e se destinava a Constantinopla. O bispo pediu-lhes então que cada barco fornecesse apenas certa medida de trigo, que ele retribuiria todo prejuízo junto ao administrador do tesouro público em Constantinopla. Por fim os armadores consentiram, e depois fizeram vela para o Bósforo. Quando chegaram ao destino, foram medir o trigo em seus barcos, e viram que havia a mesma quantidade deste ao partir de Alexandria. Os marinheiros narraram então, por toda parte, o prodígio operado pelo bispo santo.
Noutra ocasião, um navio foi surpreendido por terrível tormenta em alto mar. Seus tripulantes rogaram a Deus que, pelos méritos de seu servo Nicolau, os livrasse do perigo. No mesmo momento o santo bispo apareceu-lhes, dizendo: “Aqui estou para ajudar-vos. Tende confiança em Deus, de quem sou servo”. E, tomando o timão, dirigiu a nave em meio ao proceloso mar até o porto de Mira, e desapareceu. Os marinheiros foram então para a igreja agradecer tão grande favor. E viram ao santo no meio de seu clero. Lançaram-se então a seus pés, testemunhando seu reconhecimento. Confuso ante essa calorosa manifestação, São Nicolau lhes disse: “Dai a Deus, meus filhos, a glória desse sucesso. Quanto a mim, não sou senão um pecador e um servo inútil. Ele é Quem faz as grandes maravilhas”.

São Nicolau foi encarcerado na perseguição de Diocleciano, sendo libertado depois, com a ascensão do imperador Constantino.

Narra-se também que Nicolau apareceu em sonhos a este imperador, increpando-o por ter condenado injustamente à morte três de seus comissários. Acordando, o imperador chamou seus secretários para cientificar-se do ocorrido. E suspendeu a sentença contra aqueles inocentes.
Narra a legenda que, numa época de muita fome, um açougueiro atraiu três meninos para sua casa, matou-os e pôs os corpos num barril, querendo vender a carne como sendo de porco. São Nicolau, visitando a região à procura de alimentos para seu povo, conheceu o horrível crime do açougueiro e, com suas preces, ressuscitou os três meninos.3 Essa lenda correu o mundo e permaneceu, por exemplo, numa singela canção infantil que as crianças francesas cantavam até há pouco.
Um biógrafo do santo, o arquimandrita (superior de um mosteiro na Igreja Oriental) Miguel, narra assim sua morte: “Havendo regido a Igreja metropolitana de Mira e embalsamado o país com o perfume de uma santíssima vida sacerdotal, trocou esta vida perecedoura pelo repouso eterno” por volta do ano 341.4

Suas relíquias são preservadas na igreja de São Nicolau, em Bari. E até hoje uma substância oleosa — conhecida como Maná de São Nicolau, altamente apreciada por seus poderes medicinais — emana delas.5

Devoção ao santo no Oriente e no Ocidente

No império bizantino, São Nicolau de Mira era venerado como um dos mais poderosos auxiliares do povo cristão. No século VI, o imperador bizantino Justiniano I construiu em Constantinopla uma basílica em sua honra. São João Crisóstomo o colocou em sua liturgia com a bela invocação: “Cânone da fé, imagem da mansidão, mestre da continência, chegaste à região da verdade. Pela humildade conseguiste o mais sublime, pela pobreza o mais opulento. Pai Nicolau, sê o nosso legado para com Jesus Cristo, para que consigamos a salvação de nossas almas”.6
Seu culto chegou à Itália em 1087, quando mercadores italianos roubaram suas relíquias e as levaram para Bari. Daí seu culto chegou à Alemanha durante o reinado de Oton II (955-983). Nesse tempo, o bispo Reginaldo de Eichstaedt (+ 991) escreveu sua vida, que se tornou muito popular. São Nicolau tornou-se também o patrono de vários países da Europa, como a Grécia, a Rússia (é patrono de Moscou), o Reino de Nápoles, a Sicília, a Lorena, e também de várias cidades da Itália, da Alemanha, da Áustria, da Bélgica, da Holanda e da Suíça.

Na Holanda ele é conhecido como Sinterklaas. Representam-no montando um cavalo branco, mitra sobre a cabeça e empunhando um báculo dourado. Segundo uma legenda, ele cavalga sobre os telhados, acompanhado de seu escudeiro Pikkie, um mouro terrível que põe num saco os meninos maus. São Nicolau visita as casas, perguntando: “Há aqui algum menino mau?” Todos respondem: “Não, Sinterklaas, aqui todos somos bons”. “Todos?” — pergunta o bispo. “Sim, Sinterklaas”. Então o santo distribui bombons a todas as crianças. Quando alguma delas não se portou bem durante o ano, em vez de bombom, o santo dá-lhe um pedaço de carvão. O mesmo ocorre no sul da Alemanha, país onde está havendo uma sadia reação contra a intromissão do Papai Noel nas festas natalinas e um ressurgir da tradição do Sinterklaas, cheia de encanto, inocência e autêntico espírito católico.

Investida anticatólica contra São Nicolau

Nos Estados Unidos e em muitos outros países, São Nicolau foi substituído pelo comercializado Papai Noel. E o espírito religioso do Natal lamentavelmente vai se extinguindo, dando lugar a outro, comercial e materialista.

Entretanto, surgiu recentemente em algumas zonas da Alemanha, um movimento popular propugnando o retorno da tradicional figura de São Nicolau nas festas natalinas e a proibição do Papai Noel — personagem imposto pela propaganda neopagã para eliminar a benéfica e secular influência católica do Santo bispo de Mira nas comemorações do nascimento do Divino Infante.

Notas:
1. Edelvives, El Santo de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1949, tomo VI, p. 365.
2. Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, vol. XIV, p. 87.
3. Cfr. http://en.wikipedia.org/wiki/Saint_Nicholas#cite_ref-6.
4. Edelvives, op. cit. p. 369.
5. Cfr. Michael T. Ott, Saint Nicholas of Myra, The Catholic Encyclopedia, CD Rom edition.
6. Fr. Justo Perez de Urbel, O.S.B., Año Cristiano, Ediciones Fax, Madri, 1945, tomo IV, p. 483.

FONTE:

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pe. David Francisquini, Parabéns!


Minha homenagem ao Padre David Francisquini. Desejo que Nossa Senhora o cumule com as mais escolhidas, grandiosas e especiais graças e bençãos.

Fonte do quadro acima com foto:

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Tradição: preciosidade sem igual



Quantas coisas Nosso Senhor nos ensinou. Quantas coisas a Santa Igreja Católica nos continua ensinando. Estava lendo o evangelho de São João que termina com esse ensinamento:

Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever. (Evangelho de São João, capítulo 21, versículo 25).

De fato o que consta nas Sagradas Escrituras é muito pouco perto do que Nosso Senhor ensinou. É como se quisesse colocar Deus Omnipotente e Infinito dentro de um livro. Então como conhecer as outras verdades que não estão escritas no Evangelho? É fácil de responder. Aprendemos através da Tradição que nos é ensinada de geração em geração. Por isso a Tradição é muito importante. Especialmente importante o Magistério Tradicional da Igreja. Nosso Senhor prometeu a assistência do Espírito Santo à sua Igreja. Iluminada pelo Espírito Santo a Santa Igreja Católica Apostólica Romana - fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo - nos ensina as verdades da fé.

Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.
(Evangelho de São João, capítulo 14, versículos 25 e 26).

Vejamos o que nos ensina o CATECISMO:

§ 4º - Da Sagrada Escritura

As verdades que Deus revelou estão contidas na Sagrada Escritura e na Tradição.

A Sagrada Escritura é a coleção dos livros escritos pelos Profetas e pelos hagiógrafos, pelos Apóstolos e Evangelistas por inspiração do Espírito Santo, e recebidos pela Igreja como inspirados.

Ela se divide em duas partes: Antigo e Novo Testamentos.

O Antigo Testamento contém os livros inspirados escritos antes da vinda de Jesus Cristo. O Novo Testamento contém os livros inspirados escritos depois da vinda de Jesus Cristo.

A Sagrada Escritura chama-se comumente com o nome de Bíblia Sagrada. A palavra Bíblia quer dizer coleção dos livros santos, o livro por excelência, o livro dos livros, o livro inspirado por Deus.

A Sagrada Escritura é chamada o livro por excelência por causa da excelência da matéria de que trata e do Autor que a inspirou.

Na Sagrada Escritura não pode haver nenhum erro, porque, sendo toda inspirada, o Autor de todas suas partes é o próprio Deus. O que não impede que, nas cópias e traduções da mesma, possa ter-se dado algum engano dos copistas ou dos tradutores. Porém, nas edições revistas e aprovadas pela Igreja Católica, não pode haver erro no que refere-se à fé ou à moral.

A leitura da Bíblia não é necessária a todos os cristãos, instruídos como o são pela Igreja; no entanto, é muito útil e recomendada a todos.

Podem-se ler as traduções em vernáculo da Bíblia que são reconhecidas como fidedignas pela Igreja Católica e venham acompanhadas de explicações aprovadas pela mesma Igreja.

Só se podem ler as traduções que são aprovadas pela Igreja, porque só Ela é a legítima custódia da Bíblia.

O verdadeiro sentido das Sagradas Escrituras, só o podemos conhecer por meio da Igreja, que não pode errar ao interpretá-las.

Se a um cristão for oferecida a Bíblia por um protestante ou por qualquer emissário dos protestantes, deve-se rejeitá-la com horror, porque é proibida pela Igreja; e se a tiver recebido sem notar, deverá logo lançá-la nas chamas ou entregá-la ao próprio pároco.

A Igreja proíbe as Bíblias protestantes, porque ou são alteradas e contêm erros, ou então, faltando-lhes aprovação e as notas explicativas das passagens obscuras, podem causar dano à Fé. Por isso a Igreja proíbe também as traduções das Sagradas Escrituras já aprovadas por ela, mas reimpressas sem as explicações aprovadas pela mesma Igreja.

§ 5º - Da Tradição

A Tradição é a palavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva voz por Jesus Cristo aos Apóstolos, e que chegou sem alteração até nós, de século em século, por meio da Igreja.

Os ensinamentos da Tradição acham-se principalmente nos decretos dos Concílios, nos escritos dos Santos Padres, nos atos da Santa Sé, nas palavras e nos usos da sagrada Liturgia.

A Tradição deve ter-se na mesma consideração em que se tem a palavra de Deus revelada, contida na Sagrada Escritura.


(fonte: Catechismo Maggiore promulgato da San Pio X, Roma, Tipografia Vaticana, 1905, Edizione Ares, Milano, pp. 198-202)

CEDIDO GENTILMENTE POR BLOG "O COMBATE"
http://ograndecombate.blogspot.com/2011/01/as-sagradas-escrituras-e-tradicao.html

terça-feira, 29 de novembro de 2011

São Francisco, o Seráfico e Cântico das Criaturas


São Francisco de Assis mereceu o título de Seráfico, por que sua santidade foi tão grande que mereceu estar no Céu, ocupando o trono de um Anjo da mais alta estirpe celeste: um Serafim. De fato tão grande sua santidade e ensinamentos que somente a leitura dos fatinhos de São Francisco nos I FIORETTI eleva qualquer alma.

São Francisco recebeu os estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo e pela sua humildade e santidade nos ensinou o desapego dos bens terrenos e a glória do Céu. Ler o episódio do I FIORETTI sobre sua morte é edificante:


Atendendo a alguns amigos e amigas que me pediram para postar o CANTICO DAS CRIATURAS no original, faço-o agora com muita alegria.

Texto original em Italiano (dialeto úmbrio)

Il Cantico Delle Creature di San Francesco di Assisi

Altissimu, onnipotente bon Signore,
Tue so’ le laude, la gloria e l’honore et onne benedictione.

Ad Te solo, Altissimo, se konfano,
et nullu homo ène dignu te mentovare.

Laudato sie, mi’ Signore cum tucte le Tue creature,
spetialmente messor lo frate Sole,
lo qual è iorno, et allumini noi per lui.
Et ellu è bellu e radiante cum grande splendore:
de Te, Altissimo, porta significatione.

Laudato si’, mi Signore, per sora Luna e le stelle:
in celu l’ài formate clarite et pretiose et belle.

Laudato si’, mi’ Signore, per frate Vento
et per aere et nubilo et sereno et onne tempo,
per lo quale, a le Tue creature dài sustentamento.

Laudato si’, mi Signore, per sor’Acqua.
la quale è multo utile et humile et pretiosa et casta.

Laudato si’, mi Signore, per frate Focu,
per lo quale ennallumini la nocte:
ed ello è bello et iocundo et robustoso et forte.

Laudato si’, mi Signore, per sora nostra matre Terra,
la quale ne sustenta et governa,
et produce diversi fructi con coloriti fior et herba.

Laudato si’, mi Signore, per quelli che perdonano per lo Tuo amore
et sostengono infrmitate et tribulatione.

Beati quelli ke ‘l sosterranno in pace,
ka da Te, Altissimo, sirano incoronati.

Laudato s’ mi Signore, per sora nostra Morte corporale,
da la quale nullu homo vivente pò skappare:
guai a quelli ke morrano ne le peccata mortali;
beati quelli ke trovarà ne le Tue sanctissime voluntati,
ka la morte secunda no ‘l farrà male.

Laudate et benedicete mi Signore et rengratiate
e serviateli cum grande humilitate.

Tradução:

Altíssimo, omnipotente, bom Senhor,
a ti o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.

A ti só, Altíssimo, se hão-de prestar
e nenhum homem é digno de te nomear.

Louvado sejas, ó meu Senhor, com todas as tuas criaturas,
especialmente o meu senhor irmão Sol,
o qual faz o dia e por ele nos alumias.
E ele é belo e radiante, com grande esplendor:
de ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Lua e as Estrelas:
no céu as acendeste, claras, e preciosas e belas.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Vento
e pelo Ar, e Nuvens, e Sereno, e todo o tempo,
por quem dás às tuas criaturas o sustento.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Água,
que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Fogo,
pelo qual alumias a noite:
e ele é belo, e jucundo, e robusto e forte.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e governa, e produz variados frutos,
com flores coloridas, e verduras.

Louvado sejas, ó meu Senhor, por aqueles que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.

Bem-aventurados aqueles que as suportam em paz,
pois por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal,
à qual nenhum homem vivente pode escapar:
Ai daqueles que morrem em pecado mortal!
Bem-aventurados aqueles que cumpriram a tua santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças
e servi-o com grande humildade...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A morte do justo


Um monge, muito moço ainda, que vivia com outros religiosos no deserto da Tebaida, caiu gravemente enfermo. Apesar dos grandes sofrimentos que o torturavam cruelmente, a sua fisionomia era serena e seu olhar tranqüilo.

Acreditavam os monges que o demônio apareceu muitas vezes ao justo, na hora da morte, sob a forma de anjo resplandecente de luz, para tenta-lo pelo pecado de orgulho. Temiam, pois, pela sorte do jovem anacoreta. Estaria ele, nos últimos momentos de vida, sendo iludido pelo gênio do mal?

O superior disse, pois, ao moribundo:

- Permití, meu filho, que vos faça uma pergunta?

- Sim, meu pai. Que desejais ouvir de mim?

- Dizei-nos, meu filho, qual é a causa dessa tranqüilidade perfeita, dessa felicidade inefável de que parece vos achais possuído?

Respondeu o agonizante:

- Quando ingressei, meu pai, na vida religiosa, li no Evangelho estas palavras sagradas: “Não julgueis para que não sejais julgado”. Esta divina sentença gravou-se, para sempre, no meu coração e sobre ela meditei profundamente.. Procurei seguir o divino ensinamento de Jesus. Não julguei e agora espero a misericórdia de Deus.

(Lendas do Céu e da Terra – Malba Tahan)

NOTA DO BLOGUE: Tenho muitos amigos religiosos. Por várias ocasiões presenciei comentários sobre algum outro religioso, como: "Aquele está mal". Uns riam, outros zombavam dizendo coisas feias, outros porém ficavam preocupados e procuravam fazer apostolado com o que não estava muito bem. Meus amigos e amigas, religiosos ou leigos, quem não tem problemas no mundo de hoje? Ao invés de criticar, zombar, ou fazer piorar a situação de quem está com problemas, procurem fazer apostolado. Tenham caridade cristã, que, segundo o apóstolo São Paulo, é a maior de todas as virtudes: "Por ora, subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade" (I Corintios, cap. 13, vers 13).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Por que Jesus dobrou o lenço?


Por que Jesus dobrou o lenço?

Por que Jesus dobrou o lenço que cobria sua cabeça no sepulcro depois de sua ressurreição?

Em João 20:7 - nos conta que aquele lenço que foi colocado sobre a face de Jesus, não foi apenas deixado de lado como os lençóis no túmulo. A Bíblia reserva um versículo inteiro para nos contar que o lenço fora dobrado cuidadosamente e colocado na cabeceira do túmulo de pedra.

Bem cedo pela manhã de domingo, Maria Madalena veio à tumba e descobriu que a pedra havia sido removida da entrada. Ela correu e encontrou Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus tanto amara {João Evangelista} e disse ela: "Eles tiraram o corpo do Senhor e eu não sei para onde eles o levaram."

Pedro e o outro discípulo correram ao túmulo para ver. O outro discípulo passou à frente de Pedro e lá primeiro chegou. Ele parou e observou os lençóis, mas ele não entrou. Então Simão Pedro chegou e entrou. Ele também notou os lençóis ali deixados, enquanto o lenço que cobrira a face de Jesus estava dobrado e colocado em um lado.

Isto é importante? Definitivamente.

Isto é significante? Sim.

Para poder entender a significância do lenço dobrado, você tem que entender um pouco a respeito da tradição Hebraica daquela época. O lenço dobrado tem tudo a ver com o Amo e o Servo; e todo menino Judeu conhecia a tradição. Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo, ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria.

A mesa era colocada perfeitamente e o Servo esperaria fora da visão do Amo até que o mesmo terminasse a refeição. O Servo não se atreveria nunca tocar a mesa antes que o Amo tivesse terminado a refeição. Se o Amo tivesse terminado a refeição, ele se levantaria, limparia seus dedos, sua boca e limparia sua barba e embolaria seu lenço e o jogaria sobre a mesa. Naquele tempo o lenço embolado queria dizer: "Eu terminei".

Se o Amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o Servo não ousaria em tocar a mesa porque o lenço dobrado queria dizer:

"Eu voltarei!"

(recebido por e-mail, desconheço o autor)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A árvore silvestre


É muito dificil, neste mundo de hoje, dizer: tenham vida em abundância. É possivel que alguns entendam que ter vida em abundancia significa ter muita saúde para se divertir e gozar a vida num sonho interminável de prazeres mundanos, sejam esses prazeres legítimos ou não.

Mas a vida em abundancia que Nosso Senhor Jesus Cristo nos dá é uma vida sobrenatural, cheia de graças onde frutificam as virtudes e nos leva ao céu. Fiquemos atentos, pois são preciosas as coisas do Céu.

Nossa narração de hoje:

Um jardineiro tem em seu jardim uma árvore silvestre que não dá senão frutos amargos. Que faz ele para obter frutos melhores? Toma um rebento duma árvore cultivada e enxerta-o na inculta e eis que esta, no ano seguinte, produz frutos excelentes. E por que? Porque a árvore silvestre, em certo modo, mudou de natureza e de vida.

Nós somos, no dizer do Apóstolo, a oliveira silvestre, nascida de um tronco vicioso, que não pode dar senão frutos amargos. Não se agradou deles Deus, o Jardineiro das almas, e, desejando obter frutos melhores, infundiu-nos uma vida nova e sobrenatural, e agora podemos dar frutos bons, isto é, obras meritórias para a vida eterna.

Essa vida nos foi outorgada por Ele e tal verdade ressalta de suas próprias palavras:

- Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância.

(autor: D. - Lendas do Céu e da Terra)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Comércio


Salvo algumas vocações muito especiais, o ser humano nasceu para viver em sociedade. As relações humanas de outrora eram muito mais salutares porque a religiosidade era muito maior e a caridade cristã era a “senhora” dos ambientes. Especialmente antes da Revolução Industrial, o trabalho manufaturado e artesanal propiciava as relações humanas muito saudáveis. Após a Revolução Industrial o ser humano se transformou numa pequena “máquina” produtora em série; isso afetou e muito as relações sociais. As profissões, as escolas, a sociedade, o relacionamento humano, as amizades, a sociedade em geral e inclusive a própria família, tudo isso pode ser resumido em relação social ou simplesmente comércio. E nesse caso não pode ser interpretado “comércio” apenas como comprar e vender, mas sim no seu sentido mais amplo: “a arte de viver em sociedade”. Comecemos pelo conceito de “comprar e vender” que há no comércio.

Existe um verbo muito antigo o qual não é mais usado no mundo moderno, mas que define muito bem o que seja comércio: mercanciar. Aliás não encontramos definição mais própria e tão simpática do que seja comércio ou comerciante:

"COMERCIANTE É QUEM FAZ DA MERCANCÍA PROFISSÃO HABITUAL."

Aliás, a palavra COMÉRCIO é tão antiga que não se pode precisar a data que surgiu. Sabe-se que, segundo dicionários etimológicos, COMÉRCIO originou-se do latim "commercium".

Uma prova da antiguidade da palavra comércio é o trecho do Pequeno Oficio da Bemaventurada Virgem Maria, segundo o Breviário da Ordem Carmelitana:

LAUDES
"2. Ant. - O admirabile commercium !
Creator generis humani,
animatum corpus sumens,
de Virgine nasci dignatus est:/"...


(2. Ant. - Ó admirável comércio !
O Criador do gênero humano
tomando corpo animado,
dignou-se nascer de uma Virgem)...


Lógico que o sentido de comércio, nesse caso, não tem conotação econômica, mas puramente religiosa. Daí vê-se que a palavra comércio tem uma profundidade de significado muito maior do que a que imaginamos hoje em dia.

O que há entre o céu e a terra senão trocas de orações e graças, sacrifícios e bênçãos...

O comércio nem sempre teve a significação econômica e fria que lhe deu essa terrível era moderna em que vivemos. Nossa era materialista, consegue transformar as mais belas coisas em frios relacionamentos. O homem moderno esqueceu-se das maravilhas do passado, onde as palavras tinham substância, tinham significados magníficos, tinham conteúdo. Por algum processo de decadência, o homem moderno foi transformando o significado de certas palavras, fazendo com que elas e seus significados acompanhassem o homem em sua crise tremenda.

Evidentemente que a prática do comércio acompanhou toda a história do homem, pois vivendo este em sociedade, teve que fazer trocas, vender, comprar, etc., em razão da própria sobrevivência.

Assim, durante toda a sua historia o homem praticou o comércio, embora, talvez, não o conhecesse por esse nome.

É o significado que consta no dicionário etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, de Antonio Geraldo da Cunha: "Comércio é permutação, troca, compra e venda de produtos e valores." Notem: “troca de valores”... é o relacionamento social do homem, através dos princípios da ética.

Comerciar também é trocar favores, fazer o bem; pois "O HOMEM QUE PRATICA A JUSTIÇA RECEBE A SUA PAGA".

Com o passar do tempo, com o crescimento da população, surgiram dificuldades e o homem passou a editar leis para regerem o comércio.

Surgiram as sociedades, as relações comerciais ficaram complexas e o homem mergulhou num universo, antes tão simples e natural, agora cheio de leis e regulamentos.

Entre as várias leis que regem o comércio está o CÓDIGO COMERCIAL BRASILEIRO, que é a lei n. 556, de 25 de junho de 1850, que foi promulgada por Dom Pedro Segundo, Imperador do Brasil, e que vigora até hoje.

UM POUCO DE HISTÓRIA:

Quando surgiram os Bancos às vezes o dinheiro ou o ouro tinham que serem transferidos para outra agência bancária. No começo tudo foi muito bem, mas não demorou muito para que as diligências que transportavam os valores fossem assaltadas no seu percurso. Transportar valores ficou perigoso.

Na Itália pensou-se no problema e tentando resolver a questão, puseram em prática uma interessante solução: Havia necessidade de transferir ouro de um banco para outro. Fazer pequenas e constantes viagens era perigoso em razão dos assaltos nas diligências. Então ao invés de transferir o ouro, um mensageiro levava uma carta ("lettera", em italiano), na qual autorizava a outra agência a creditar certa quantia de ouro. Quando já haviam muitas cartas ou "letteras", então uma grande diligência, com muito ouro e muito policiamento fazia um único e grande transporte. Assim se evitava o roubo.

Chegando ao Banco destinatário, este exibia as cartas ou "letteras" e essas eram trocadas pelo ouro enviado. Trocar em italiano é "cambiare". Essas cartas ficaram sendo conhecidas por "LETTERAS DI CAMBIARE" (cartas de troca): Assim surgiram as primeiras LETRAS DE CAMBIO, um título de crédito comum nos nossos dias.

O homem moderno, possivelmente, nunca saberá em qual momento histórico o seu antepassado trocou aquilo que lhe sobejava pelo que lhe faltava, iniciando um processo que, em fase posterior, daria nascimento ao comércio. O mesmo, felizmente não sucede relativamente ao Direito Comercial que, como direito especial, surgira na Idade Media, através das corporações de oficio.

(trechos de exposição feita em 1982 na Universidade de Direito por Jorge de Almas Castelos)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Uma lenda sobre a Beleza


Há uma lenda que fala sobre a beleza. Lenda essa esquecida pelos homens. Trata-se de uma lenda antiga, cheia de sabedoria.

Certa vez, por um triste capricho da Fatalidade, o poder do mundo foi cair nas mãos odientas da Vulgaridade.

— Que fez a Vulgaridade ao subir ao trono? Resolveu destruir e aniquilar a sua perigosa rival — a Beleza.

Chamando o Tédio, seu servo predileto, disse-lhe a execrável soberana:

— Detesto a Beleza! Quero fazê-la desaparecer da face da terra. Tens ordem para pendê-la e matá-la de qualquer modo.

O tédio respondeu:

— Escuto e obedeço, senhora! Mas, afinal, como é a Beleza? Como poderei encontrá-la, se não a conheço?

— Ora, nada mais simples — tornou a Vulgaridade. — Interroga um poeta qualquer e logo saberás como é a Beleza.

Partiu o Tédio. Encontrando um poeta interpelou-o:

— Como é a Beleza?

Sem hesitar, respondeu o poeta:

— Ainda ignoras? A Beleza é loura, de olhos azuis da cor do céu; a sua pele é clara e rosada, as suas mãos...

— Basta! Tudo o mais que disseres seria fastidioso e inútil. Já sei como é a Beleza! Vou descobri-la por mais oculta que esteja.

E o Tédio partiu em busca da Beleza...

Depois de muito caminhar, chegou ao país de Moab, para além do grande deserto. Um camponês repousava sob uma árvore.

— Terás visto, por aqui — perguntou o Tédio — a Beleza que procuro?

— Queres descobrir a Beleza! — exclamou o camponês. — Ei-la precisamente ali, ó forasteiro!

E apontou na direção de uma jovem que se encaminhava para a ponte, levando ao ombro um pequeno cântaro.

O Tédio procurou certificar-se. A graciosa moça era morena, de olhos verdes e cabelos castanhos como as filhas de Judá! Mas como diferia da que fora descrita pelo poeta! Não, não podia ser a Beleza!

— A Beleza fugiu para a China! — informou um peregrino.

Seguiu o Tédio para a China e indagou de um rico mandarim que soltava papagaios de seda:

— Senhor! Teria a Beleza aparecido em vossa terra?

— Apareceu, sim — replicou, alegre, o mandarim. — Ei-la!

E com o seu dedo de unha longa e angulada, apontou para uma moça ocupada em fabricar lanternas de papel.

O escravo da Vulgaridade preparou-se para executar a ordem que recebera. Enganara-se, porém, o informante. A jovem que o mandarim indicara era pálida, esguia, tinha os olhos amendoados, os cabelos negros e ondulados. Não; aquela não podia ser a Beleza!

O Tédio deixou o país dos chineses e foi em busca de outros climas. Diante dele a Beleza fugia sempre, ocultando-se astuciosamente. Todo o seu esforço tornou-se inútil. Não conseguiu encontrar e destruir a Beleza!

Mas a eterna e incomparável Beleza só a encontra quem a procura com sabedoria. Sigam esse conselho meus amigos e amigas:

— Eis por que a Beleza floresce e domina, sob aspectos tão diversos, quando a observamos, nos inconquistáveis recantos e países do mundo. Aqui é morena e tem olhos negros, mais adiante é loura, de claros olhos de anil. Aqui é viva e alegre, para, além, surgir sentimental e terna!

É que a Beleza, para fugir do mal do Tédio e ao perigo da Vulgaridade, varia sempre e sem cessar.

(fonte: "MINHA VIDA QUERIDA - OS SEGREDOS DA ALMA FEMININA NAS LENDAS DO ORIENTE - Malba Tahan) - (Ilustrações de: Calmon Barreto, Solon Botelho e Renato Silva)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

São João, o Teólogo - Conclusão


Eu ia fazer duas postagem deste assunto, mas achei que seria melhor faze-lo numa só. Eis:

O discípulo amado. São João Evangelista, o Apóstolo Virgem, é sem dúvida um dos maiores santos da Igreja, merecendo o título de "o discípulo a quem Jesus amava". Junto à Cruz, recebeu do Redentor Nossa Senhora como Mãe, e com Ela - como Fonte da Sabedoria - a segurança doutrinária que lhe mereceu dos Padres da Igreja o título de "o Teólogo" por excelência.

Estavam Simão e André lançando as redes às águas, quando passou Jesus e lhes disse: "Vinde após mim. Eu vos farei pescadores de homens". Mais adiante estavam Tiago e João numa barca, consertando as redes. "E chamou-os logo. E eles deixaram na barca seu pai Zebedeu, com os empregados, e O seguiram" (Mc 1, 16 a 20).

A partir de então passaram a acompanhar o Messias em sua missão pública. Logo se lhes juntaram outros, que perfariam o número de doze, completando assim o Colégio Apostólico.

Desde logo, Pedro, Tiago e João tomaram preeminência sobre os outros Apóstolos, tornando-se os "escolhidos dentre os escolhidos". E, como tais, participaram de alguns dos mais notáveis episódios na vida do Salvador, como a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração no Tabor e a Agonia no Horto das Oliveiras.

São João foi também um dos quatro que estavam presentes quando Jesus revelou os sinais da ruína de Jerusalém e do fim do mundo. Mais tarde, com São Pedro, a quem o unia respeitosa e profunda amizade, foi encarregado de preparar a Última Ceia. São Pedro amava ternamente São João, e essa amizade é visível tanto no Evangelho quanto nos Atos dos Apóstolos.

Por sua pureza de vida, inocência e virgindade, João tornou-se logo o discípulo amado, e isso de um modo tão notório, que ele sempre se identificará em seu Evangelho como "o discípulo que Jesus amava". Apesar de os Apóstolos não estarem ainda confirmados em graça, isso não provocava neles inveja nem emulação. Quando queriam obter algo de Nosso Senhor, faziam-no por meio de São João, pois seu bom gênio e bondade de espírito tornavam-no querido de todos.

Se Nosso Senhor amava particularmente São João, também era por ele amado de maneira especialíssima. Com seu irmão Tiago, recebeu de Cristo o cognome de "Boanerges", ou "filhos do trovão", por seu zelo. Indignaram-se contra os samaritanos, que não quiseram receber o Mestre, e pediram-Lhe para fazer descer sobre aqueles indóceis o fogo do céu.

Foi por esse amor, e não por ambição, que ele e o irmão secundaram a mãe, Salomé, solicitando que um e outro ficassem à direita e à esquerda do Redentor, em seu Reino (um tanto equivocadamente, pois imaginavam ainda um reino terreno). Quando Nosso Senhor perguntou-lhes se estavam dispostos a beber com Ele o mesmo cálice do sofrimento e da amargura, com determinação responderam afirmativamente.

Entretanto, uma das maiores provas de afeição de Nosso Senhor a São João deu-se na Última Ceia. Quis o Divino Mestre ter à sua direita o Apóstolo Virgem, permitindo-lhe a familiaridade de recostar-se em seu coração. Diz Santo Agostinho que nesse momento, estando tão próximo da fonte de luz, ele absorveu dela os mais altos segredos e mistérios que depois derramaria sobre a Igreja. Foi o primeiro a ser devoto do Sagrado Coração de Jesus.

São João foi o primeiro a ser consagrado à Nossa Senhora, pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, pois no calvário deu a ele Maria como sua Mãe e a Ela, ele como seu filho. Foi então que, recebendo-A como Mãe, obteve o maior legado que criatura humana jamais podia receber. Diz São Jerônimo: "João, que era virgem, ao crer em Cristo permaneceu sempre virgem. Por isso foi o discípulo amado e reclinou sua cabeça sobre o coração de Jesus. Em breves palavras, para mostrar qual é o privilégio de João, ou melhor, o privilégio da virgindade nele, basta dizer que o Senhor virgem pôs sua Mãe virgem nas mãos do discípulo virgem". Ensinam os Padres da Igreja que esse grande Apóstolo representava naquele momento todos os fiéis. E que, por meio de São João, Maria nos foi dada por Mãe, e nós a Ela como filhos. Mas João foi o primeiro em tal adoção.

Foi ele também o único dos Apóstolos a presenciar e a sofrer o drama do Gólgota, servindo de apoio à Mãe das Dores, que com seu Filho compartilhava a terrível Paixão.

Quando, no Domingo da Ressurreição, Maria Madalena veio dizer aos Apóstolos que o túmulo estava vazio, foi ele o primeiro a correr, seguido de Pedro, para o local. E depois, estando no Mar de Tiberíades, aparecendo Nosso Senhor na margem, foi o primeiro a reconhecê-Lo.

Nos Atos dos Apóstolos, ele aparece sempre com São Pedro. Juntos estavam quando, indo rezar no Templo junto à porta Formosa, um coxo pediu-lhes esmola. Pedro curou-o, e depois pregou ao povo que se reuniu por causa de tal maravilha. Juntos foram presos até o dia seguinte, quando corajosamente defenderam sua fé em Cristo diante dos fariseus. Mais adiante, quando o diácono Felipe havia convertido e batizado muitos na Samaria, era necessário que para lá fosse um dos Apóstolos a fim de os crismar. Foram escolhidos Pedro e João para a missão.

São Paulo, em sua terceira ida a Jerusalém, narra em sua Epístola aos Gálatas (2, 9) que lá encontrou "Tiago, Cleofas e João, que são considerados as colunas", e que eles, "reconhecendo a graça que me foi dada [para pregar o Evangelho], deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo".

Depois disso os Evangelhos se calam a respeito de São João. Mas resta a Tradição. Segundo esta, ele permaneceu com Maria Santíssima durante o que restou de sua vida mortal, dedicando-se também à pregação. Depois da intimidade com o Filho, o Apóstolo virgem é chamado a uma estreita intimidade de alma com a Mãe que, sendo a Medianeira de todas as graças, deve tê-lo cumulado delas em altíssimo grau. Que grande virtude deveria ter alguém para ser o custódio da Rainha do Céu e da Terra!

Assim, teria ele permanecido com Ela em Jerusalém e depois em Éfeso. "Dois motivos principais deveriam ter ocasionado essa mudança de residência: de um lado, a vitalidade do cristianismo nessa nobre cidade; de outro, as perniciosas heresias que começavam a germinar. João queria assim empenhar sua autoridade apostólica, quer para preservar quer para coroar o glorioso edifício construído por São Paulo; e sua poderosa influência não contribuiu pouco para dar às igrejas da Ásia a surpreendente vitalidade que elas conservaram durante o século II".

Após a dormição de Nossa Senhora — que é como a Igreja chama o fim de sua vida terrena — e a Assunção d'Ela aos Céus, fundou ele muitas comunidades cristãs na Ásia menor.


VIVO APÓS O MARTÍRIO

Ocorre então o martírio de São João, que é comemorado no dia 6 de maio. O Imperador Domiciano o fez prender e levar a Roma. Na Cidade Eterna, ele foi flagelado e colocado num caldeirão de azeite fervendo. Mas o Apóstolo virgem saiu dele rejuvenescido e sem sofrer dano algum. Domiciano, espantado com o grande milagre, não ousou atentar uma segunda vez contra ele, mas o desterrou para a ilha de Patmos, que era pouco mais do que um rochedo. Foi ali, segundo a Tradição, que São João escreveu o mais profético dos livros das Sagradas Escrituras, o Apocalipse.

Após a morte de Domiciano, o Apóstolo voltou a Éfeso. É lá que, segundo vários Padres e Doutores da Igreja, para combater as doutrinas nascentes de Cerinto e de Ebion — que negavam a natureza divina de Cristo — escreveu ele seu Evangelho 4. Ordenou antes a todos os fiéis um jejum que ele mesmo observou rigorosamente, para em seguida ditar a seu discípulo Prócoro, no alto de uma montanha, o monumento que é seu Evangelho. Transportado em Deus, com um vôo de águia, ele o começa de uma altura sublime: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus". Este Evangelho, dos mais sublimes textos jamais escritos, era tido em tanta veneração pela Igreja, que figura no ordinário da Missa promulgada por São Pio V, pela fundamental doutrina que contém.

Segundo São João Crisóstomo, os próprios Anjos aí aprenderam coisas que não sabiam.

São João escreveu também três Epístolas, sempre visando estabelecer a verdadeira doutrina contra erros incipientes que se infiltravam na Igreja.

Segundo uma tradição, o discípulo que Jesus amava teria morrido em Éfeso, provavelmente em 27 de dezembro do ano 101 ou 102.

Mas alguns exegetas levantam a hipótese de ele não ter falecido, com base na seguinte passagem do Evangelho: logo após a pesca milagrosa no lago de Tiberíades — depois da Ressurreição de Jesus — Nosso Senhor confiou mais uma vez a Igreja a São Pedro. Este, voltando-se a Nosso Senhor, perguntou-lhe, referindo-se a São João: "E este? Que será dele?" Respondeu-lhe Jesus: "Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?" O próprio São João comenta: "Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele discípulo não morreria. Mas Jesus não lhe disse `não morrerá', mas `que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha?'" (Jo 21, 15 a 23).

fonte:
http://www.lepanto.com.br/dados/HagJEv.html