Mas porque Almas Castelos? Eu conheci algumas. São pessoas cujas almas se parecem com um castelo. São fortes e combativas, contendo no seu interior inúmeras salas, cada qual com sua particularidade e sua maravilha. Conversar, ouvir uma história... é como passear pelas salas de sua alma, de seu castelo. Cada sala uma história, cada conversa uma sala. São pessoas de fé flamejante que, por sua palavra, levam ao próximo: fé, esperança e caridade. São verdadeiras fortalezas como os muros de um Castelo contra a crise moral e as tendências desordenadas do mundo moderno. Quando encontramos essas pessoas, percebemos que conhecer sua alma, seu interior, é o mesmo que visitar um castelo com suas inúmeras salas. São pessoas que voam para a região mais alta do pensamento e se elevam como uma águia, admirando os horizontes e o sol... Vivem na grandeza das montanhas rochosas onde os ventos são para os heróis... Eu conheci algumas dessas águias do pensamento. Foram meus professores e mestres, meus avós e sobretudo meus Pais que enriqueceram minha juventude e me deram a devida formação Católica Apostolica Romana através das mais belas histórias.

A arte de contar histórias está sumindo, infelizmente.

O contador de histórias sempre ocupou um lugar muito importante em outras épocas.

As famílias não têm mais a união de outrora, as conversas entre amigos se tornaram banais. Contar histórias: Une as famílias, anima uma conversa, torna a aula agradável, reata as conversas entre pais e filhos, dá sabedoria aos adultos, torna um jantar interessante, aguça a inteligência, ilustra conferências... Pense nisso.

Há sempre uma história para qualquer ocasião.

“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15)

Nosso Senhor Jesus Cristo ensinava por parábolas. Peço a Nossa Senhora que recompense ao cêntuplo, todas as pessoas que visitarem este Blog e de alguma forma me ajudarem a divulga-lo. Convido você a ser um seguidor. Autorizo a copiar todas as matérias publicadas neste blog, mas peço a gentileza de mencionarem a fonte de onde originalmente foi extraída. Além de contos, estórias, histórias e poesias, o blog poderá trazer notícias e outras matérias para debates.

Agradeço todos os Sêlos, Prêmios e Reconhecimentos que o Blog Almas Castelos recebeu. Todos eles dou para Nossa Senhora, sem a qual o Almas Castelos não existiria. Por uma questão de estética os mesmos foram colocados na barra lateral direita do Blog. Obrigado. Que a Santa Mãe de Deus abençoe a todos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Esplendores da Igreja Católica


A Santa Igreja Católica Apostólica Romana tem vários modos de legislar. Um desses modos chama-se MOTU PROPRIO, expedido diretamente pelo próprio Papa. A expressão Motu Próprio poderia ser traduzida como “de sua iniciativa própria”. Significa que trata-se de matéria decidida pessoalmente pelo Papa e não por um Cardeal ou outro conselheiro. Um dos Motu Próprio mais importantes e recentes é o Summorum Pontificum de Sua Santidade Bento XVI autorizando que os Padres possam rezar a Missa Tridentina, ou seja, a Missa na forma como era antes do Concilio Vaticano II.

Por causa desse decreto do Papa Bento XVI, cada vez mais encontramos aqui em São Paulo (Brasil) Padres voltados para a liturgia tradicional. É preciso dizer que, cada vez mais, vem mais pessoas a essa Santa Missa, a ponto de eu não encontrar lugar para sentar, se não chegar cedo.

Os cânticos gregorianos, o som do órgão, o odor de incenso do turíbulo, tudo lembra o céu.

Quer entender o que é a Missa? O que significam os paramentos do Padre? Ninguém melhor do que um santo para explicar. E quem explica é Santo Antonio Maria Claret. Ouçamos o que ele nos ensina:

Breve explicação dos mistérios que se representam na Missa

O sacerdote, revestido com os sagrados paramentos, representa a Cristo nosso Redentor em sua sagrada paixão.

O Amicto, com que cobre a cabeça quando começa a revestir-se, simboliza a coroa de espinhos e o lenço com que, cobrindo seu Divino Rosto, escarnecendo Dele, os algozes diziam: advinha quem te feriu.

A Alva simboliza o vestido branco com que o trataram como um louco na casa de Herodes, desprezando-o.

O Cíngulo ou Cordão simboliza as cordas com que foi atado no Horto.

A Estola representa a corda que levava ao pescoço, quando o conduziram preso.

O Manípulo é o símbolo da corda com que o sujeitaram à coluna, para açoutá-lo.

A Casula simboliza o vestido de púrpura que lhe puseram na casa de Pilatos, estando já coroado de espinhos.

O Cálice representa o sepulcro, e os Corporais o lençol em que foi amortalhado o Seu Corpo Santíssimo.

O Intróito, ou entrada da Missa, significa o grande desejo com que no limbo esperavam os Santos Padres a vinda de Cristo ao mundo, para remir a eles e a nós: e para significar seus clamores, dizem-se imediatamente os Kyries, que em nosso idioma significam: Senhor, tende misericórdia de nós.

O Glória in excelsis nos recorda o gozo dos Anjos e dos pastores no Nascimento de Cristo.

As Orações que diz o sacerdote depois do Dominus vobiscum, são símbolo das muitas vezes que Cristo orou por nós no decurso de sua vida.

A Epístola significa a pregação dos Profetas, especialmente a do Batista.

O Gradual, que é o que se lê depois da Epístola, significa a solidão de Cristo no deserto; e o Alleluia representa os serviços que Lhe prestaram os Anjos depois das tentações do demônio, de quem saiu Vitorioso.

O Evangelho significa a pregação de Cristo. Para dizer o Evangelho passa-se o missal ao outro lado do altar, para significar que Cristo passava duns lugares a outros pregando o Evangelho. Quando se lê o Evangelho estamos de pé, para significar a prontidão com que devemos obedecer à lei de Cristo, que se nos promulga no Evangelho; no fim do Evangelho diz-se: Laus tibi, Christe, fazendo inclinação com a cabeça, em sinal de subimissão.

O Credo é um compêndio do que o cristão deve crer; ajoelha-se o sacerdote quando diz Et homo factus est, para dar a entender a grande humildade do Senhor em tomar nossa natureza, e quanto, por conseguinte, nos devemos humilhar diante de Deus, que é nosso Senhor.

O oferecimento que o sacerdote faz da hóstia e do cálice, recorda-nos a prontíssima e inteira vontade com que Cristo se ofereceu para padecer e morrer por nós.

Voltar-se o sacerdote para o povo e dizer Orate, frates, recorda-nos aquele passo em que Cristo, depois de ter orado no horto com suor de sangue, se chegou a seus discípulos e lhes disse: vigiai e orai, para não cairdes em tentação.

O Prefácio e o Sanctus simbolizam a entrada solene e pública de Cristo em Jerusalém no dia de Ramos, e o júbilo com que o povo o recebeu.

No Cânon o sacerdote diz as orações em voz baixa, recordando-nos que Cristo se retirou dos judeus e foi, em segredo, com seus discípulos a Efren; e também para inspirar-nos grande respeito, porque é sabido que o que se faz com demasiada publicidade se vulgariza, e com facilidade se despreza.

Eleva-se a hóstia e o cálice para recordar-nos que Cristo foi levantado na cruz.

O Pater Noster simboliza aquelas palavras que Cristo dirigiu ao Eterno Padre imediatamente antes de expirar; assim como aquele pouco tempo que o sacerdote está em silêncio depois do Pater Noster significa o tempo que esteve Cristo no sepulcro, em que sua alma desceu ao seio de Abraão para dar liberdade às almas dos Santos Padres, que esperavam sua vinda.

O Pax Domini simboliza a aparição de Cristo aos seus discípulos e às Marias, depois de ressucitado.

O Agnus Dei recorda-nos que Cristo, depois de sua Ressurreição, subiu aos céus para lá ser nosso advogado.

As últimas Orações que o sacerdote reza são símbolos das que Cristo dirige no céu, em nosso favor, ao Eterno Pai.

O Ite Missa est significa que o sacerdote fez o ofício de embaixador e de ministro enviado por Deus, para oferecer-Lhe aquele sacrifício por toda a Igreja católica, pelas almas do purgatório, e para alcançar para todos a divina graça.

A Benção, que o sacerdote dá no fim da missa, significa a que Cristo dará aos justos no dia de Juízo Final.

Fonte: “Caminho Reto e Seguro para Chegar ao Céu” – escrito por Santo Antonio Maria Claret.
7ª Edição – Editora Ave Maria Ltda – São Paulo - SP

sobre o Motu Próprio:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Motu_proprio

sábado, 31 de março de 2012

O príncipe dos instrumentos


Quem me conhece sabe que gosto muito de boa música. Foi num desses domingos ensolarados, em que eu estava ouvindo as grandes aberturas de Haendel, que recebi à tarde uma visita inesperada: Um casal de amigos que há anos eu não via. Depois que se casaram haviam-se mudado para longe e assim o contato havia ficado mais difícil. Trouxeram uma bem recheada torta de palmito com queijo, e então a conversa se desenrolou até quase ao anoitecer.

Comentando sobre música e instrumentos musicais, a esposa de meu amigo – excelente violinista – acabou contanto uma história tão interessante que resolvi recontar a todos os meus amigos e amigas.

Conhecido como príncipe dos instrumentos, o violino encanta pela sua sonoridade especial. É tão especial, que tudo nele é diferenciado: a escolha meticulosa dos vários tipos de madeira empregados na construção, o verniz especialmente preparado, fios de crina de um certo tipo de cavalo para o seu arco, sua afinação, e por ai vai.

Conta minha amiga que, certa feita, numa pequenina e pitoresca cidade da Itália, um menino era muito hábil na arte de esculpir em madeira lascada: Antonio.

Um dia, ele e seus amigos estavam na rua, pedindo dinheiro por aquilo que faziam. Um deles tocava violino, o outro - que era irmão do primeiro - cantava, enquanto Antônio fazia seus pequenos objetos entalhados na madeira.

Andando pelas ruas, um homem distinto parou para ouvir o menino cantar; depois, colocou uma moeda de ouro nas suas mãos. Muito contente, o menino “cantor” gritou:

- Vejam. O grande Amati, o maior construtor de violinos na Itália, deu-nos uma moeda de ouro!

Foi uma euforia! Porém esse gesto aguçou a curiosidade de Antônio, e ele quis conhecer mais de perto quem era esse grande benfeitor. Afinal quem era esse generoso e grande construtor de violinos? – Assim pensou Antonio.

Não faltaram barreiras que impedissem a aproximação de Antonio e o grande Amati. Mas quem é perseverante, tudo alcança. E assim aconteceu. E chegou o grande dia tão esperado. Lá estava Antonio, diante do maior construtor de violinos da Itália. Enchendo o peito de coragem, Antonio lhe diz:

- Não sei tocar ou cantar, mas gosto de música e imagino que seria capaz de construir violinos. Veja, aqui estão alguns objetos que fiz de madeira, com a minha faca.

O grande homem passou o seu olhar atento nos objetos e depois elevou seus olhos para a face ansiosa e os expressivos olhos castanhos de Antônio, e disse-lhe:

- Venha à minha oficina, moço, e lhe darei uma oportunidade para aprender a tornar-se um construtor de violinos. Qual é o seu nome?

- Antônio Stradivárius - respondeu prontamente Antônio.

Dessa forma, Antônio tornou-se aluno de Amati e trabalhou dia após dia na sua oficina. Uma das primeiras coisas que o seu professor lhe ensinou foi que a paciência para fazer com perfeição uma peça, ainda que pequenina, tinha mais valor do que a construção de um violino todo em pouco tempo.

Alguns anos decorreram e Antônio Stradivárius, já sendo um construtor de violinos, aperfeiçoou tanto o som e a beleza do violino, que se tornou o melhor construtor de violinos de todo o mundo.

quarta-feira, 28 de março de 2012

O nosso Maestro


Um escritor americano, que andou visitar a Europa, conta-nos, numa de suas memórias, o episódio ocorrido num hotel norueguês, onde uma menina tentava compor uma peçazinha à imitação das que as amiguinhas executavam.

Ignorando, porém, os recursos da harmonia, não conseguia ela os desdobramentos do tema que elegera e tornava-se monótono ao retomar, repetidas vezes, a mesma frase despida de interesse musical, que agradava com os erros desculpáveis de sua pouca técnica.

A princípio os hóspedes toleraram-na. Por fim, passaram a fugir-lhe, desertando a sala, fartos de dissonância, quando ela se punha ao piano.

Certa vez chegou ao hotel o grande Haendel. Notou que os forasteiros saíam acintosamente, mal a criança iniciava o seu desalinhado concerto. Magoou-o a irreverência dos ouvintes. Sentou-se ao lado da menina e, retomando o mesmo tema que ela não conseguia aproveitar, transformou a peçazinha rude numa encantadora balada, desdobrando um motivo aparentemente inaproveitável e enfeitando-o com tão belas variações que em pouco tempo a sala estava repleta, e todos, à porfia, tentavam aproximar-se, o mais possível, do genial artista.

Lembrai-vos amigos e amigas, de que Nosso Senhor Jesus Cristo é o nosso Guia, o nosso Maestro. Anda ao nosso lado, senta-Se conosco ao pé do instrumento da vida e transforma todas as nossas desarmonias em gloriosas aleluias. Multiplicando a nossa herança, de cada falha tira um motivo de beleza. Deus é poderoso para fazer abundar em nós toda a graça, a fim de que tendo, sempre, em tudo, a suficiência, possais levar a termo toda boa obra.

Autor M. R. “Lendas do Céu e da Terra”

sexta-feira, 23 de março de 2012

A Basílica do Sagrado Coração de Jesus


Ao Sagrado Coração de Jesus o maior sino do mundo, a pedra mais branca e pura que existe, a montanha mais alta que posso encontrar.

Para quem vai à Paris (França) não pode deixar de subir no Monte Martre, o ponto mais alto da cidade. Belo mirante natural. De fato, lá de cima, a vista da cidade de Paris é maravilhosa. Mas não é esse o motivo principal das pessoas quererem subir no monte, mas sim o fato de que no seu pico se encontra a grandiosa Basílica do Sagrado Coração de Jesus (em francês, Basilique du Sacré-Coeur).

Jamais vi arquitetura semelhante. Magnífica. E bem apropriada, pois é de lá do cume do monte mais alto de Paris que o Sagrado Coração de Jesus olha para toda a França, e por que não dizer olha por todo o mundo? Uma faixa na Basílica informa: “aqui se tem vigília 24 horas por dia, ininterruptamente, diante do Santíssimo Sacramento.”

A basílica do “Sacré-Coeur” foi construída com mármore travertino extraído da região de Seine-et-Marne. Essa pedra constantemente dispersa cálcio, o que garante a cor branca da Basílica mesmo com as chuvas e a poluição.

Um dos lugares sagrados mais visitados da França, a Basílica tem o formato de Cruz Grega adornada por quatro cúpulas, incluindo a cúpula central de oitenta metros de altura. Uma de suas torres serve de campanário a um sino de três metros de diâmetro e de mais de 26 toneladas. É um dos sinos mais pesados do mundo.

A arquitetura da basílica é inspirada na arquitetura romana e bizantina. Há também um belíssimo mosaico chamado Cristo em Majestade; é um dos maiores do mundo. O pórtico, com três arcos, é adornado por duas grandes imagens: Santa Joanna D’Arc e do Rei São Luiz IX.

Sagrado Coração de Jesus abençõe a todos que visitam meu modesto Blog, e que me ajudam a fazer esse apostolado através das histórias. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

quarta-feira, 21 de março de 2012

A força de um terço


A 10 de março de 1615, em Glasgow (cidade da Escócia), o ilustre missionário jesuíta São João Ogilvie subia ao cadafalso.

Ia expiar com o suplício da forca, o “crime” de ter pregado o Evangelho, o “crime” de ser sacerdote católico.

Nessa hora suprema, de pé, em cima do estrado donde dominava vários milhares de espectadores, querendo deixar-lhes uma lembrança e, simultaneamente, um penhor daquela Fé pela qual se sentia feliz em morrer, pegou um único objeto que lhe restava, um terço, e arremessou-o com força para o meio da multidão.

Ora, aconteceu que o terço foi bater em cheio no peito de um rapaz húngaro, calvinista, João de Heckersdorff, que fazia viagens de estudo e recreio e nesse dia se encontrava casualmente em Glasgow.

Ele ficou profundamente emocionado. A lembrança daquele terço perseguiu-o em toda parte, até o dia em que abjurou a heresia em Roma, aos pés do Santo Padre. Disse inúmeras vezes, até morrer, que atribuía ao terço sua conversão.

Fonte: Revista “O Desbravador” - Orgão do Grêmio Cultural “Santa Maria”
Ano 7 – Outubro de 1986 – número 82.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Nossa Senhora do Monte Serrat


Há alguns anos atrás, fui visitar a cidade histórica de Santos, no litoral do Estado de São Paulo. Uma cidade muito antiga, com muitos monumentos e muita história; especialmente por que se trata de uma cidade portuária, onde desembarcaram muitos imigrantes italianos, inclusive minha família.

Visitei vários lugares históricos, inclusive a Basílica Menor de Santo Antonio do Embaré construída em estilo neogótico. A Igreja originou-se de uma capela erguida em 1875, pelo Barão do Embaré. Foi entregue em 1922 aos frades Capuchinhos, que iniciaram a nova edificação em 1930 e que foi inaugurada em 1945. Nessa Igreja há um magnífico órgão de 3.800 tubos ladeado por dois anjos esculpidos em madeira.

Andando um pouco mais para o centro da cidade fui convidado a visitar o morro de Monte Serrat.

Muito íngreme, o morro é todo coberto por densa vegetação. Só se tem acesso ao seu cume por dois meios: ou por uma escada de muitos degraus ou através de um bondinho. Chegando lá se depara com o abençoado Santuário de Nossa Senhora de Monte Serrat. Não é preciso dizer que vista maravilhosa que de lá se tem da cidade e do mar.

UM POUCO DE HISTÓRIA:

A pouca distância de Barcelona, na Espanha, ergue-se a montanha de Mont Serrat, que deve o nome à forma aguda de seus picos. A tradição conta que o próprio São Pedro trouxe para Barcelona a Imagem de Nossa Senhora que lá se venera.

Durante a invasão dos Mouros, a imagem teve que ficar escondida numa das cavernas lá existentes. E a caverna que abrigava tão abençoada imagem ficava justamente no Montserrat. Por volta do ano 900 essa sagrada imagem foi encontrada por jovens pastores da região e, em solene procissão, foi levada para o lugar onde ainda hoje se ergue o célebre Santuário.

Uma série de milagres começou a acontecer e atrair fiéis de toda Europa, que divulgaram o nome de Nossa Senhora do Monte Serrat por todo o mundo cristão. Vários foram os santos devotos de Nossa Senhora, entre eles, São Vicente Ferrer, Santo Inácio de Loyola e São Luiz Gonzaga.

Na América Latina, a devoção à Nossa Senhora do Monte Serrat foi iniciada pelos monges beneditinos que, no primeiro século da descoberta do Brasil, fundaram a Abadia da Virgem do Montserrat no Rio de Janeiro.

Já na cidade de Santos (Estado de São Paulo – Brasil), a construção de uma capela em homenagem a Nossa Senhora, no morro de São Jerônimo, entre 1598 e 1609, deve-se a D. Francisco de Souza, o governador geral do Estado do Brasil e grande devoto da Santíssima Virgem. Segundo suas ordens, a capela foi entregue aos monges de São Bento, assim que estes aqui se estabeleceram.

Logo depois, durante uma invasão holandesa, em 1614, foi um grande milagre da “Virgem Poderosa” do Monte Serrat que atraiu a atenção e a devoção popular da cidade, pois quando já uma turba de soldados inimigos ia subindo o morro de São Sebastião em direção à capela, onde se abrigava grande parte da população, um desmoronamento soterrou os atacantes e induziu os invasores a deixarem a cidade. A partir daí, Nossa Senhora do Monte Serrat foi considerada a salvadora da cidade.

Em 1954, por deliberação da Câmara Municipal, Nossa Senhora do Monte Serrat foi declarada oficialmente “Padroeira da Cidade”. O Papa Pio XII, em documento oficial do Vaticano, com data de 03 de dezembro de 1954, confirmou o título de Nossa Senhora do Monte Serrat “Patrona da Cidade de Santos”. E a 08 de setembro de 1955, o Cardeal Mota, de São Paulo, como legado pontifício, presidiu a solenidade de coroação.

Ata da Coroação de Nossa Senhora do Monte Serrat:

Aos oito dias do mês de setembro de mil novecentos e cincoenta e cinco, ao calor de nossos entusiasmos e de nossa fé religiosa, perante a grande assembléia do povo católico de Santos, mercê de um Rescrito da Congregação dos Ritos, de três de dezembro de mil novecentos e cincoenta e quatro, sendo Presidente da República o Snr. Café Filho, Governador do Estado o Snr. Jânio Quadros, Bispo de Santos D. Idílio José Soares, Vigário Geral Monsenhor Primo Vieira, Prior do Mosteiro de Santos D. Olidano Erbert O.S.B, Prefeito Municipal o Snr. Dr. Antonio Feliciano, Presidente da Câmara Municipal o Snr. Dr. João Carlos de Azevedo, Comandante da Guarnição Militar o Snr. Cel. Hugo Parasco Alvim, Diretor do Fórum o Snr. Dr. José Manoel Arruda e Delegado Regional do Ensino o Snr. Prof. Damasco Peña, foi solenemente proclamada Padroeira desta terra e triunfalmente coroada pelas mãos do Eminentissimo Snr. Cardeal Motta, a veneranda imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat.
E para que tudo conste "ad perpetuam rei memoriam" aqui fica lavrada a presente Ata
Santos, 8 de setembro de 1955


FONTE:
Livro: Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat – Santos – Autor: Jacyr F. Braido - Editora Loyola

foto da capela:
http://www.diocesedesantos.com.br/

Foto do Morro:
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0066e.htm

terça-feira, 13 de março de 2012

O Pequeno Ofício


Há uns anos atrás o Breviário (Ofício Divino), era oração obrigatória para todas as pessoas que seguiam a vocação do sacerdócio. São Francisco de Assis rezou o Oficio Divino, entre outros grandes Santos que nem sacerdotes eram, tal a excelência, a sublimidade de referida oração. Composto por leituras, orações, hinos e salmos, que variam durante o ano em razão da liturgia, o Breviário é uma das mais belas orações da Santa Igreja.

Algumas ordens religiosas usam o Pequeno Ofício de Nossa Senhora.

Desde os primórdios do século dezessete já era costume a recitação do Pequeno Ofício de Nossa Senhora, juntamente com o Ofício Divino. O Pequeno Ofício era um tributo especial da Igreja à Nossa Bemaventurada Mãe. Os Carmelitas, sendo-lhe especialmente devotados, seguiram esta piedosa prática. Mas à medida em que os tempos se passavam e as necessidades da vida ativa se tornaram maiores, a recitação do Oficio em Comunidade foi se restringindo ao Noviciado. Já que os Terceiros pertencem à Ordem que foi especialmente fundada para honrar Nossa Senhora, também eles devem recitar diariamente seu Pequeno Oficio.

O Pequeno Ofício é um livrinho com 163 páginas e é dividido em horas canônicas: Matinas, Laudes, Prima, Tércia, Sexta, Noa, Vésperas e Completas. As rubricas do Pequeno Ofício foram ditadas pela do Oficio Divino usadas pela Ordem Carmelitana. As orações, cânticos e leituras, são rezadas de acordo com as mudanças litúrgicas: tempo do Advento, tempo depois do Advento, tempo da Páscoa e tempo durante o ano.

TRANSCREVO AQUI UMA DAS ORAÇÕES CONTIDAS NO PEQUENO OFÍCIO:

Cântico dos três mancebos (Dan. III, 57-88)

Obras do Senhor, bendizei-O todas:
louvai-O, celebrai sua glória por todos os séculos.

Anjos do Senhor, bendizei-O:
céus, bendizei ao Senhor.

Águas que estais suspensas sobre os ares, bendizei todas ao Senhor:
poderes do Senhor, bendizei ao Senhor.

Sol e lua, bendizei ao Senhor:
estrêlas do céu, bendizei ao Senhor.

Chuva e orvalho, bendizei ao Senhor;
espíritos de Deus, bendizei todos ao Senhor.

Fogo e calor do estio, bendizei ao Senhor;
frio e rigor do inverno, bendizei ao Senhor.

Névoas e escarchas, bendizei ao Senhor:
gelos e frios, bendizei ao Senhor.

Geadas e neves, bendizei ao Senhor:
noites e dias, bendizei ao Senhor.

Luz e trevas, bendizei ao Senhor:
relâmpagos e nuvens, bendizei ao Senhor.

Bendiga a terra ao Senhor:
louve-O e celebre sua glória por todos os séculos.

Montes e outeiros, bendizei ao Senhor;
plantas que cresceis sobre a terra, bendizei ao Senhor.

Fontes, bendizei ao Senhor:
mares e rios, bendizei ao Senhor.

Baleias e tudo que viveis nas águas, bendizei ao Senhor:
aves do ar, bendizei ao Senhor.

Bestas do campo e animais domésticos, bendizei todos ao Senhor:
filhos dos homens, bendizei ao Senhor.

Bendiga Israel ao Senhor:
louve e sobreexalte-O por todos os séculos.

Sacerdotes do Senhor, bendizei-O;
bendizei-O, servos do Senhor.

Espíritos e almas justas, bendizei ao Senhor;
santos e humildes de coração, bendizei ao Senhor.

Ananias, Azarias, Misael, bendizei ao Senhor:
louvai e sobreexaltai-O por todos os séculos.

Bendigamos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo:
louvemos e sobreexaltemo-lO por todos os séculos.

Bendito seja o Senhor no firmamento do céu:
louvável e glorioso e sobreexaltado por todos os séculos.

(Pequeno Ofício da Bemaventurada Virgem Maria
Segundo o Breviário da Ordem Carmelitana - São Paulo – 1962)

domingo, 4 de março de 2012

A imagem de São Miguel que presenciou exorcismos


Uma vez eu estive numa Paróquia (que era antiga Capela) e confesso que fiquei muito impressionado com uma imagem de São Miguel Arcanjo que havia no altar-mor. Trazida da Itália, toda de madeira, essa belíssima e preciosa imagem já presenciou muitos exorcismos. O exorcista era o Padre Miguel Pedroso. Seu olhar calmo e tranqüilo, suas palavras com uma sonoridade profunda e mansa, sua coragem e fé inabaláveis, sua luta contra o demônio... tudo naquele padre era exorcístico.

Faziam-se filas enormes para receber a benção desse padre ao final da missa. A benção era recebida de joelhos no “murinho” que separa o altar, como se fosse para comungar. O Padre muito calmamente, passava de um em um, abençoando, dando conselhos, sorrindo e exorcizando.... Seu rosto transmitia tranqüilidade, fé, força e mansidão juntamente com uma felicidade inenarrável. Muitos dos que vinham de longe para conversar com ele voltavam admirados com a sonoridade tranqüila e calma de sua voz. Tranqüilidade essa de quem está em Paz com Deus. Não é preciso dizer que o demônio odiava esse padre e sua força firme e tranqüila de quem tem muita Fé. Do Altar-Mor, tudo observava São Miguel Arcanjo.

Quem era esse Padre? Que Paróquia é essa? De que imagem de São Miguel eu falo?

No final do século XIX a Itália atravessava por um período difícil. Os italianos começaram a imigrar para a América em busca de novas oportunidades e de trabalho. E assim, como muitos, aproximadamente pelo ano de 1870, um jovem italiano chamado Miguel Aliano resolveu vir para o Brasil. Na época as viagens eram feitas com “navios a vela”, pois os “navios a vapores” somente vieram alguns anos mais tarde. Atravessar o Oceano Atlântico com um “Navio a Vela” rumo ao Brasil demorava por volta de três meses, dependendo da direção dos ventos, das calmarias, e do estado do mar.

A viagem de Miguel Aliano rumo ao Brasil foi muito tumultuosa, pois enfrentou péssimo tempo, ventos em direções contrárias, fazendo com que a viagem demorasse longos meses.

Viagem muito sofrida. Alguns imigrantes acabaram ficando doentes e outros morreram. Seus corpos foram atirados ao mar. As ondas fortes sacudindo a embarcação, fizeram com que muitos temessem não chegar ao destino.

Miguel, lembrando-se da fé católica que sua mãe lhe havia passado, pediu a São Miguel Arcanjo o milagre de chegar ao Brasil, prometendo que, quando tivesse condições, voltaria à Itália para buscar a imagem do protetor e então mandaria erguer uma capela em sua honra.

Quando se reza, tudo se consegue. Miguel chegou finalmente ao Brasil e com todo o esforço de quem chega numa nova Terra, trabalhou, montou seu comércio e fez economias para poder cumprir sua promessa.

Tão logo foi possível cumpriu sua promessa. No ano de 1891 Miguel Aliano e Ana Maria Olga Aliano construíram uma Capela dedicada a São Miguel Arcanjo na Rua Bráulio Gomes, no Centro de São Paulo. Voltou para a Itália, trazendo de lá a belíssima imagem de São Miguel Arcanjo, toda em madeira pintada. A imagem chegou embalada e dentro de uma caixa de madeira.

São Paulo crescia muito e era necessário alargar ruas, construir prédios, modernizar a cidade. Com isso a Capela de São Miguel Arcanjo foi desapropriada. Grande tristeza entre os familiares.

Mas a Fé Católica é forte na família Aliano. Assim, no ano de 1938, os sucessores de Miguel Aliano construíram uma outra Capela, transferindo-a então a imagem de São Miguel Arcanjo para o Bairro da Mooca, Zona Leste da cidade de São Paulo, onde se encontra até os nossos dias.

Apesar de, às vezes, vir algum padre para rezar missa e dar assistência aos fiéis na Capela de São Miguel Arcanjo, lá não se poderia realizar todas as cerimônias católicas justamente por ser apenas uma simples Capela. Então para Maior Glória de Deus, a família Aliano resolveu doar a Capela para a Cúria Metropolitana que assim conferiu a ela o Título de Paróquia, agora sim, podendo nela realizar todos os atos religiosos e inclusive ter um padre definitivo.

Isso aconteceu na década de 1960. Em 21 de abril de 1960, foi celebrada a primeira missa como Paróquia. O primeiro padre da Paróquia de São Miguel Arcanjo, que lá ficou por longos anos, amado por todos os fiéis da região era o Padre Miguel Pedroso - o Padre exorcista.

Quem o conheceu sabe o que estou falando. Até pessoas inimigas da Igreja Católica ficavam admirados pelo timbre de sua voz. Sua calma, sua tranqüilidade, sua força, sua Fé inabalável, fazia o demônio tremer...

O Padre Miguel atendia a todos os pedidos das pessoas que vinham lhe procurar: visitava doentes, abençoava as casas da região, abençoava as pessoas, fazia incontáveis exorcismos...

Ficando mais idoso, foi transferido para Cotia, onde contribuiu para a formação do famoso Carmelo lá existente. Fui para a cidade de Cotia (interior do Estado de São Paulo) por várias vezes a procura do Padre Miguel. Ele ainda continuava a rezar missa, dar benção nas pessoas e fazia exorcismos. Pessoas leigas ou de ordens religiosas vinham de longe para procura-lo.

Com idade avançada, o padre Miguel faleceu sendo o seu corpo enterrado na cidade de São Roque (interior do Estado de São Paulo). Seu túmulo ainda atrai muitas pessoas que lá rezam. Ainda hoje duas irmãs solteiras, já idosas também, da família Aliano, cuidam da Paróquia de São Miguel Arcanjo. São duas senhoras que propagam imensamente a devoção à São Miguel Arcanjo e tem muito prazer em explicar a todos que as procuram a história da antiga Capela e da Imagem de São Miguel Arcanjo.

Há, porém, um fato que me marcou por toda a minha vida. Esse fato que muito me impressionou foi quando o Padre Miguel retirou a mão do demônio de uma mulher grávida. Esse fato foi narrado na postagem abaixo. Jamais esqueci disso, leiam:

http://almascastelos.blogspot.com/2011/03/mao-do-demonio.html


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O melhor livro depois do Evangelho e das Sagradas Escrituras

Santo Inácio de Loyola, no tempo em que esteve em uma gruta em Manresa, leu um livrinho cujo autor era anônimo. Magnífico livro era esse. Ao que consta, uma parte dele foi escrita como regra para monges, depois vieram outros textos que acrescidos ao primeiro recebeu o nome de Imitação de Cristo, se transformando assim num livrinho.

De fato, tão profundo e maravilhoso, que mereceu ser considerado o melhor dos livros, depois dos Evangelhos e das Sagradas Escrituras.

Como dos 66 manuscritos, 60 trazem a assinatura de Tomás de Kempis, na mais respeitada cópia, conhecida como Kempense, escrita em 1441, então atribuiu-se a Tomás de Kempis a autoria do Santo Livrinho.

Trago as primeiras palavras da Imitação de Cristo, para meditação, nesta época de quaresma:

Quem me segue não anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8,12). São estas as palavras de Cristo, pelas quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração. Seja, pois, o nosso principal empenho meditar sobre a vida de Jesus Cristo.

A doutrina de Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam freqüentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo: é que não possuem o espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras de Cristo é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida.

Que te aproveita discutires sabiamente sobre a SS. Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecle 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus.

Vaidade é, pois, buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura.

Lembra-te a miúdo do provérbio: Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir (Ecle 1,8). Portanto, procura desapegar teu coração do amor às coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis: pois aqueles que satisfazem seus apetites sensuais mancham a consciência e perdem a graça de Deus.

(Livro: A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Os Sacramentos - Matrimônio

O Matrimônio é um Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, que estabelece uma união santa e indissolúvel entre o homem e a mulher, e lhes dá a graça de se amarem um ao outro santamente, e de educarem cristãmente seus filhos.

O Matrimônio foi instituído pelo próprio Deus no Paraíso terrestre; e no Novo
Testamento foi elevado por Jesus Cristo à dignidade de Sacramento.

O Sacramento do Matrimônio significa a união indissolúvel de Jesus Cristo com a Santa Igreja, sua esposa e nossa Mãe amantíssima.

Diz-se que o vínculo do Matrimônio é indissolúvel, isto é, que não se pode quebrar senão pela morte de um dos cônjuges, porque assim o estabeleceu Deus desde o começo, e assim o proclamou solenemente Jesus Cristo, Senhor Nosso.

No Matrimônio entre cristãos o contrato não se pode separar do Sacramento, porque para eles o Matrimônio não é outra coisa senão o mesmo contrato natural, elevado por Jesus Cristo à dignidade de Sacramento. Entre os cristãos não pode haver verdadeiro Matrimônio que não seja Sacramento.

O Sacramento do Matrimônio produz os seguintes efeitos:

1º dá um aumento da graça santificante;
2º confere a graça especial para se cumprirem fielmente todos os deveres matrimoniais.

Para quem pensa que é o Padre o Ministro do Sacramento do Matrimônio, se enganou.

OS MINISTROS do Sacramento do Matrimônio são os mesmos esposos, que reciprocamente conferem e recebem o Sacramento.

Este Sacramento, porque conserva a natureza de contrato, é administrado pelos mesmos contraentes, declarando na presença do próprio pároco, ou de outro Sacerdote devidamente autorizado, e de duas testemunhas, que se unem em matrimônio.

Para que serve então a bênção que o pároco dá aos esposos?
A bênção que o pároco dá aos esposos não é necessária para constituir o Sacramento, mas é dada para sancionar em nome da Igreja a sua união, e para atrair sempre mais sobre eles as bênçãos de Deus.

Quem contrai Matrimônio deve ter intenção:

1º de fazer a vontade de Deus, que o chama a tal estado;
2º de procurar nele a salvação da própria alma;
3º de educar cristãmente os filhos, se Deus lhos der.

Os esposos, para receber com fruto o Sacramento do Matrimônio, devem:

1º encomendar-se de todo o coração a Deus, para conhecer a sua vontade e para alcançar d’Ele as graças que são necessárias em tal estado;
2º consultar os próprios pais, antes de chegar ao noivado, como o exige a obediência e o respeito devido aos mesmos;
3º preparar-se com uma boa confissão, até mesmo geral, se for necessário, de toda a vida;
4º evitar toda a familiaridade perigosa de trato e de palavras, ao conversarem mutuamente. antes de receberem este Sacramento.

Obrigações das pessoas unidas em Matrimônio:

1º guardar inviolada a fidelidade conjugal, e proceder sempre cristãmente em tudo;
2º amar-se mutuamente, suportando-se um ao outro com paciência, e viver em paz e harmonia;
3º se têm filhos, cuidar seriamente de prover às suas necessidades, dar-lhes educação cristã, e deixar-lhes a liberdade de escolher o estado de vida a que Deus os chamar.

Condições e impedimentos do Matrimônio

Para contrair VALIDAMENTE o Matrimônio cristão é necessário estar livre de qualquer impedimento matrimonial dirimente, e dar livremente o próprio consentimento ao contrato do Matrimônio na presença do próprio pároco ou de um Sacerdote devidamente autorizado, e de duas testemunhas.

Para contrair LICITAMENTE o Matrimônio cristão, é necessário estar livre dos impedimentos matrimoniais impedientes, estar instruído nas verdades principais da religião, e estar em estado de graça. Se não estiver em estado de graça, isto é, sem pecado, deve se confessar, pois casar com pecado grave é cometer um sacrilégio.

Os impedimentos matrimoniais são certas circunstâncias que tornam o matrimônio ou inválido ou ilícito. No primeiro caso chamam-se impedimentos dirimentes, no segundo impedimentos impedientes.

Impedimentos dirimentes são, por exemplo, a consangüinidade até ao terceiro grau, o parentesco espiritual, o voto solene de castidade, a diversidade de culto entre batizados e não batizados etc.

Impedimento impediente é, por exemplo, o voto simples de castidade etc.

Os fiéis são obrigados a manifestar à autoridade eclesiástica os impedimentos matrimoniais que conhecem; e é por isso que os párocos fazem as publicações, isto é, lêem os pregões dos que se vão casar.

Só a Igreja tem o poder de estabelecer impedimentos e de julgar da validade do Matrimônio entre os cristãos, como só a Igreja pode dispensar daqueles impedimentos que Ela estabeleceu, por que só a Ela conferiu Jesus Cristo direito de promulgar leis e decisões acerca das coisas sagradas.

O vínculo do Matrimônio cristão não pode ser dissolvido pela autoridade civil, porque esta não pode ingerir-se em matéria de Sacramentos, nem separar o que Deus uniu.

O casamento civil não é mais que uma formalidade prescrita pela lei para os cidadãos, a fim de dar e de assegurar os efeitos civis aos casados e aos seus filhos.

Um cristão não pode celebrar somente o contrato civil, porque este não é Sacramento, e portanto não é um verdadeiro matrimônio.

Os esposos que convivessem juntos, unidos somente pelo casamento civil, estariam em estado habitual de pecado mortal, e a sua união seria sempre ilegítima diante de Deus e da Igreja.

Deve fazer-se também o contrato civil, porque, embora não seja ele Sacramento, serve, no entanto, para garantir aos casados e a seus filhos os efeitos civis da sociedade conjugal; eis porque, como regra geral, a autoridade eclesiástica não permite o casamento religioso, quando não se cumprem as formalidades prescritas pela autoridade civil.

Catecismo de São Pio X

Publicado também no Blog Jovens e Namoros

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Os Sacramentos - Extrema-Unção e Ordem


Os Sacramentos - Extrema-Unção ou Unção dos Enfermos.

A Extrema-Unção é o Sacramento instituído para alívio espiritual e também temporal dos enfermos em perigo de vida. Produz os seguintes efeitos:

1º aumenta a graça santificante;
2º apaga os pecados veniais e também os mortais que o enfermo arrependido já não possa confessar;
3º tira a fraqueza e languidez para o bem, que fica, ainda depois de se ter alcançado o perdão dos pecados;
4º dá força para suportar pacientemente o mal, para resistir às tentações, e para
morrer santamente;
5º ajuda a recuperar a saúde do corpo, se isso for útil à salvação da alma.

A Extrema-Unção deve receber-se quando a doença é grave e correr risco de vida.

Vários casos já houve do doente receber a Extrema-Unção e depois ficar curado.

Os Sacramentos - Ordem

A Ordem é o Sacramento que dá o poder de exercitar os ministérios sagrados que se referem ao culto de Deus e à salvação das almas, e que imprime na alma de quem o recebe o caráter de ministro de Deus.

Chama-se Ordem porque consiste em vários graus, uns subordinados aos outros, dos quais resulta a sagrada Hierarquia. Esses graus são:

Supremo entre eles é o Episcopado, que contém a plenitude do Sacerdócio; em seguida o Presbiterado ou Sacerdócio simples; depois o Diaconato e as Ordens que se chamam menores.

Jesus Cristo instituiu a Ordem Sacerdotal na Última Ceia, quando conferiu aos
Apóstolos e aos seus sucessores o poder de consagrar a Santíssima Eucaristia. E no dia da sua ressurreição conferiu aos mesmos o poder de perdoar e de reter os pecados, constituindo-os assim os primeiros Sacerdotes da Nova Lei em toda a plenitude do seu poder.

O MINISTRO deste Sacramento é só o Bispo.

O Sacerdócio católico é necessário na Igreja, porque sem ele os fiéis estariam privados do Santo Sacrifício da Missa e da maior parte dos Sacramentos; não teriam quem os instruísse na fé, e ficariam como ovelhas sem pastor à mercê dos lobos; em suma, não existiria a Igreja como Cristo a instituiu.

O Sacerdócio católico, não obstante a guerra que contra ele move o Inferno, há de durar até o fim dos séculos, porque Jesus Cristo prometeu que as potências do Inferno não prevaleceriam jamais contra a sua Igreja.

Desprezar os Sacerdotes é pecado gravíssimo, porque o desprezo e as injúrias que se dirigem contra os Sacerdotes recaem sobre o próprio Jesus Cristo, que disse aos seus Apóstolos: Quem a vós despreza, a Mim despreza.

Catecismo de São Pio X

A Sabedoria de Daniel


Em Babilônia vivia um homem de nome Joaquim. Estava casado com uma senhora chamada Susana filha de Helcias, que era muito bonita e religiosa. Também seus pais eram pessoas justas e tinham educado a filha de acordo com a Lei de Moisés. Joaquim era muito rico e tinha um parque confinante com sua casa; junto dele afluíam os judeus, por ser o mais respeitado de todos.

Ora, naquele ano dois anciãos do povo tinham sido apontados como juízes, a respeito dos quais o Senhor tinha dito: De Babilônia brotou a iniqüidade, da parte de anciãos-juízes que aparentemente governavam o povo . Eles freqüentavam a casa de Joaquim, e todos os que tinham alguma questão se dirigiam a eles.

Ora, quando pelo meio-dia o povo se tinha dispersado, Susana ia passear no parque do marido. Os dois anciãos viam-na todos os dias entrar e passear, e acabaram se apaixonando por ela. Fizeram o contrário do que deveriam ter feito, evitando erguer os olhos para o Céu e esquecendo os justos juízos de Deus. Embora ambos se sentissem perdidamente apaixonados por ela, contudo um não traía ao outro o seu sofrimento, porque ainda sentiam vergonha de manifestar o desejo ardente de a possuir. Todos os dias espreitavam avidamente por vê-la.

Certo dia um disse ao outro: Vamos para casa, é hora de almoço!

Mas quando saíram e se separaram um do outro, deram um giro, acabando por encontrar-se no mesmo ponto... Forçados portanto a se explicar, finalmente confessaram um ao outro sua paixão; então combinaram espreitar uma eventual ocasião de a encontrar a sós.

Ora, enquanto os dois estavam à espreita duma ocasião favorável, certo dia Susana entrou no parque segundo seu costume, acompanhada apenas por duas mocinhas; é que queria tomar banho por causa do calor intenso. Não havia lá ninguém, exceto os dois velhos que estavam escondidos e a espreitavam. Então ela ordenou às mocinhas: Por favor, ide buscar-me azeite e perfumes e trancai as portas do parque, enquanto tomo banho! Elas obedeceram, trancando as portas do parque e retirando-se por uma porta lateral, para buscar o que a patroa tinha pedido, sem se darem conta que os velhos estavam lá escondidos.

Apenas as duas mocinhas tinham saído, os dois velhos se levantaram e correram para Susana, dizendo: Olha, as portas do parque estão trancadas e ninguém nos vê; nós estamos apaixonados por ti: faze-nos a vontade e entrega-te a nós! Caso contrário, nós deporemos contra ti que um moço estava contido e foi por isso quemandaste embora as meninas. Então Susana deu um suspiro, exclamando: Vejo-me encurralada de todos os lados. Pois se fizer isto, espera-me a morte, mas se não o fizer, não escaparei das vossas mãos. Contudo prefiro cair inocente em vossas mãos a pecar na presença do Senhor. Então ela se pôs a gritar em altas vozes, mas também os dois velhos gritaram contra ela.

Um deles correu para as portas do parque e as abriu. Quando a gente da casa ouviu a gritaria no parque, precipitaram-se pela porta dos fundos para ver o que lhe estaria sucedendo. Mas quando os velhos apresentaram a sua versão dos fatos, os empregados ficaram muito constrangidos, porque jamais se tinha ouvido falar de qualquer deslize de Susana.

Quando no dia seguinte o povo se reuniu em casa do seu marido Joaquim, os dois anciãos vieram animados pela intenção criminosa de conseguir sua condenação à morte; por isso se dirigiram ao povo reunido:

Mandai comparecer a Susana filha de Helcias, mulher de Joaquim!

Mandaram-na portanto chamar. Ela compareceu em companhia dos pais e filhos e de todos os parentes.

Ora, Susana era mulher de aparência exuberante e de extraordinária beleza. Como ela se apresentasse com o rosto velado, os dois malvados mandaram tirar-lhe o véu, para se embriagarem da sua beleza. Seus familiares e todos os parentes choravam.

Os dois velhos se levantaram no meio do povo e puseram as mãos sobre a cabeça de Susana. Mas, entre lágrimas, ela olhou para o céu, pois seu coração tinha confiança no Senhor. Em seguida os anciãos deram este depoimento: Enquanto estávamos passeando a sós no parque, esta mulher entrou com duas mocinhas e mandou fechar as portas do parque, para depois mandá-las embora. Então um moço, que estava escondido, aproximou-se dela e com ela se deitou. Quando nós, do canto do parque onde estávamos, vimos esta infâmia, corremos para eles e os surpreendemos juntos. Não conseguimos, é verdade, agarrar o moço, porque era mais forte que nós, e assim abriu as portas e sumiu. A esta mulher, porém, agarramos e lhe perguntamos, quem era aquele moço. Mas ela não o quis revelar. Disto nós damos testemunho. A assembléia lhes deu crédito como a anciãos do povo e juízes que eram, e a condenou à morte.

Susana, porém, gritou em alta voz e rezou: Ó Deus eterno que conheces os segredos e sabes tudo antes que aconteça, tu bem sabes que eles proferiram falso testemunho contra mim! Eis que vou morrer, embora não tenha cometido o crime do qual maldosamente me acusam! E o Senhor escutou a sua voz.

Enquanto Susana estava sendo conduzida para a execução, o Senhor excitou o santo espírito dum jovem de nome Daniel, e ele gritou em altas vozes: Sou inocente do sangue desta pessoa! Então todo o povo se voltou para ele e perguntou: O que queres dizer com isto? De pé, no meio deles, ele respondeu: Então sois tão insensatos assim, israelitas? Sem inquérito sério e sem provas concludentes condenastes uma filha de Israel! Voltai ao tribunal, por que estes malvados deram falso testemunho contra ela!

Então todo o povo voltou apressadamente, e os anciãos convidaram a Daniel, dizendo: Tem a bondade de tomar lugar em nosso meio e presta-nos o teu depoimento, pois Deus te concedeu o privilégio da idade. Daniel lhes disse: Separai-os longe um do outro, para os poder submeter a interrogatório! Quando foram separados um do outro, Daniel chamou a um deles e lhe disse: Velho encarquilhado e cheio de crimes! Agora vêm à luz os pecados que cometias antes, proferindo sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os culpados, quando o Senhor ordena: Ao inocente e ao justo não os matarás! Pois bem! Se a viste tão bem, dize-me à sombra de qual árvore os viste abraçados?

O outro respondeu: À sombra duma aroeira.

Daniel respondeu: Mentiste direto contra tua cabeça, pois o anjo de Deus já recebeu dele ordem de te cortar pelo meio!

Tendo-o despedido, mandou vir o outro e lhe disse: Raça de Canaã e não de Judá! A beleza te fascinou e a paixão perverteu teu coração. É assim que procedíeis com as mulheres israelitas, e elas por medo vos faziam a vontade; mas esta mulher judia não suportou vossa iniqüidade. Ora bem! Dize-me debaixo de que árvore os surpreendeste a se entreterem?

Ele respondeu: Foi debaixo duma azinheira.

Daniel lhe respondeu: Também tu mentiste diretamente contra tua cabeça! Pois o anjo de Deus já está à espera, com a espada na mão, para te cortar ao meio e dar cabo de vós.

Toda a assistência pôs-se a gritar em voz alta, dando graças a Deus que salva os que nele esperam. Voltaram-se contra os dois velhos, porque Daniel os tinha convencido por suas próprias palavras que eram falsas testemunhas. Segundo a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a pena que maldosamente tinham tramado contra o próximo, e os mandaram matar.

Desta maneira, naquele dia foi salva uma vida inocente.

Helcias e sua mulher louvaram a Deus por causa da sua filha e o mesmo fizeram Joaquim, esposo de Susana, e todos os seus familiares; eles louvaram a Deus, porque nela não foi achada qualquer coisa que merecesse reprovação.

(Dan 13, 1-62)

Fonte: Catecismo de São Pio X

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Os Sacramentos - Santíssima Eucaristia e Penitência

A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso Sangue, contém verdadeira, real e substancialmente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento, espiritual. Está na Eucaristia o mesmo Jesus Cristo que está no Céu e que nasceu, na terra, da Santíssima Virgem.

A MATÉRIA do Sacramento da Eucaristia é a que foi empregada por Jesus Cristo. a saber: o pão de trigo e o vinho de uva.

A FORMA: São as palavras usadas por Jesus Cristo: Isto é o meu Corpo: este é o meu Sangue.

Para fazer uma comunhão bem feita, são necessárias três coisas:

1º Estar em estado de graça, ou seja, sem pecado. Se tiver pecado, é preciso confessar-se antes de comungar.
2º Estar em jejum desde uma hora antes da comunhão;
3º Saber o que se vai receber e aproximar-se da sagrada Comunhão com devoção.

Quem comungasse em pecado mortal, receberia a Jesus Cristo, mas cometeria sacrilégio e incorreria na sentença de condenação.

Antes de comungar, é preciso nos preparar, rezando e meditando, considerando quem é Aquele que vãos receber. Depois da comunhão faz-se a ação de graças, ou seja, nos conservarmos recolhidos a honrar a presença do Senhor dentro de nós mesmos, renovando os atos de fé, de esperança, de caridade, de adoração, de agradecimento, de oferecimento e de súplica, pedindo sobretudo aquelas graças que são mais necessárias para nós e para aqueles por quem somos obrigados a orar. Ter um bom catecismo, ajuda muito, pois lá tem todas essas orações e preparações.

O MINISTRO do Sacramento da Eucaristia é o sacerdote ou o religioso com poderes para rezar a Santa Missa, pois é na Santa Missa que a Hóstia é consagrada.

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA OU CONFISSÃO.

O Sacramento da Penitência, chamada também Confissão, é o Sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo.

Dá-se a este Sacramento o nome de Penitência, porque, para obter o perdão dos pecados, é necessário detestá-los com arrependimento e porque quem cometeu uma falta deve sujeitar-se à pena que o Sacerdote impõe.

Chama-se este Sacramento também Confissão, porque, para alcançar o perdão dos pecados, não basta detestá-los, mas é necessário acusar-se deles ao Sacerdote, isto é, confessá-los.

Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Penitência no dia da sua Ressurreição, quando, depois de entrar no cenáculo, deu solenemente aos seus Apóstolos o poder de perdoar os pecados, soprando sobre eles, e dizendo: Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos.

A MATÉRIA do Sacramento da Penitência, distingue-se em remota e próxima. A remota é constituída pelos pecados cometidos pelo penitente depois do Batismo, e a matéria próxima são os atos do próprio penitente, isto é, a contrição, a acusação e a satisfação.

A FORMA do Sacramento da Penitência é esta: Eu te absolvo dos teus pecados.

O MINISTRO do Sacramento da Penitência é o Sacerdote aprovado pelo Bispo para ouvir confissões. O Sacerdote deve ser aprovado pelo Bispo para ouvir confissões, porque, para administrar validamente este Sacramento, não basta o poder da Ordem, mas é necessário também o poder de jurisdição, isto é, a faculdade de julgar, que deve ser dada pelo Bispo.

As partes do Sacramento da Penitência são: a contrição, a confissão e a satisfação da parte do pecador, a absolvição da parte do sacerdote.

A contrição ou a dor dos pecados é um desgosto da alma, pelo qual se detestam os pecados cometidos, e se propõe não os tornar a cometer no futuro. A confissão consiste na acusação distinta dos nossos pecados ao confessor, para dele recebermos a absolvição e a penitência. A satisfação ou penitência é a oração ou outra boa obra, que o confessor impõe ao pecador em expiação dos seus pecados. A absolvição é a sentença que o Sacerdote pronuncia em nome de Jesus Cristo, para perdoar os pecados ao pecador.

Não é possível fazer uma boa confissão sem fazer um bom exame de consciência, ou seja, verificar em nosso interior o desrespeito aos 10 mandamentos da Lei de Deus e aos 5 mandamentos da Igreja. Por isso é bom ter sempre em mãos um BOM E ANTIGO CATECISMO, POIS LÁ NORMALMENTE HÁ COMO SE FAZ UM BOM EXAME DE CONSCIENCIA. Recomendo o catecismo que uso para fazer essa postagem: Catecismo de São Pio X, muito fácil de se achar na Internet e de fazer o download gratuitamente.

PARA SE FAZER UMA PERFEITA E VÁLIDA CONFISSÃO, É NECESSÁRIO: fazer o exame de consciência, acusar-se dos pecados ao padre, arrepender-se dos pecados cometidos, prometer não faze-los mais (rezar o ato de contrição), deve-se crer que o padre tem o poder de absolvição, e cumprir a penitencia que o padre nos ordenou.

DEVE-SE ACUSAR-SE POR INTEIRO, OU SEJA, É NECESSÁRIO ACUSAR-SE DE TODOS OS PECADOS DE QUE SE LEMBRA TER COMETIDO. SE, POR VERGONHA OU OUTRO MOTIVO, OCULTAR ALGUM PECADO, ALÉM DA CONFISSÃO NÃO SER VÁLIDA AINDA COMETE-SE UM PECADO DE SACRILÉGIO.

POR ISSO SÓ DEVE SE APROXIMAR DO CONFISSIONÁRIO AQUELE QUE ESTIVER ARREPENDIDO VERDADEIRAMENTE E QUISER IR PARA O CÉU, POIS CASO CONTRÁRIO, MELHOR NEM SE CONFESSAR.

Uma boa confissão:
1º perdoa-nos os pecados cometidos, e dá-nos a graça de Deus;
2o restitui-nos a paz e o sossego de consciência;
3º reabre-nos as portas do Paraíso, e comuta a pena eterna do inferno em pena
temporal;
4º preserva-nos das recaídas, e torna-nos capazes de ganhar indulgências.

Fonte: Catecismo de São Pio X

MEUS AMIGOS E AMIGAS, NÃO DEIXEM DE LER ESTES DOIS EPISÓDIOS DE UMA MÁ CONFISSÃO:

http://almascastelos.blogspot.com/2011/03/melhor-conselho-que-eu-posso-lhe-dar.html

http://almascastelos.blogspot.com/2010/06/pelagio-e-confissao.html

Os Sacramentos - Confirmação ou Crisma


A CONFIRMAÇÃO, ou CRISMA, é um Sacramento que nos dá o Espírito Santo, imprime na nossa alma o caráter de soldados de Cristo, e nos faz perfeitos cristãos.

O Sacramento do Crisma aperfeiçoa em nós os dons recebidos no Batismo, por isso se chama CONFIRMAÇÃO. Os dons do Espírito Santo que recebemos na CONFIRMAÇÃO, são sete:

1º Sabedoria,
2º Entendimento;
3º Conselho;
4º Fortaleza;
5º Ciência;
6º Piedade;
7º Temor de Deus.

A MATÉRIA deste Sacramento, além da imposição das mãos do Bispo, é a unção feita na fronte da pessoa batizada, com o santo Crisma (um óleo bento especialmente para isso); por isso, este Sacramento se chama também Crisma, que significa Unção. O santo Crisma é óleo de oliveira misturado com bálsamo, e consagrado pelo Bispo na Quinta-Feira Santa.

A FORMA deste Sacramento é esta: “Recebe o sinal do dom do Espírito Santo, que substituiu a antiga: Eu te assinalo com o sinal da Cruz, e te confirmo com o Crisma da salvação, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Assim seja.”

O MINISTRO é só o Bispo.

O Bispo, para administrar o Sacramento da Confirmação, primeiro estende as mãos sobre os que estão para se crismar, invocando sobre eles o Espírito Santo; em seguida faz uma unção em forma de cruz com o santo Crisma na fronte de cada um, dizendo as palavras da forma; depois, com a mão direita, dá uma leve bofetada na face do crismado, dizendo: “A paz seja contigo”; e no fim abençoa solenemente todos os crismados. Dá-se uma leve bofetada na face do crismado para que saiba que deve estar pronto a sofrer todas as afrontas e todas as penas pela fé e amor de Jesus Cristo.

Também na CONFIRMAÇÃO há padrinhos e madrinhas, para que estes, com as palavras e com os exemplos, orientem o crismado no caminho da salvação e o auxiliem nos combates espirituais. O padrinho deve ser de idade conveniente, católico, crismado, instruído nas coisas mais necessárias da religião e de bons costumes; e deve ser do mesmo sexo que o crismado. O padrinho de Crisma também contrai parentesco espiritual com o crismado; mas este parentesco não é impedimento para o matrimônio.

Fonte: Catecismo de São Pio X

Os Sacramentos - Batismo


Depois que eu fiz a postagem sobre os Pecados contra o Espírito Santo, recebí alguns e-mails pedindo que publicasse sobre a Confissão e os Sacramentos. Como a Confissão ou Sacramento da Penitencia (são a mesma coisa) é um Sacramento, faço a postagem sobre os Sacramentos.

Pela palavra Sacramento entende-se um sinal sensível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo, para santificar as nossas almas.

Chamo aos Sacramentos sinais sensíveis e eficazes da graça, porque todos os Sacramentos significam, por meio de coisas sensíveis, a graça divina que eles produzem na nossa alma.

Por exemplo: No Batismo, o ato de derramar a água sobre cabeça da pessoa, e as palavras: Eu te batizo, isto é, eu te lavo, em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo, são um sinal sensível do que o Batismo opera na alma; porque assim como a água lava o corpo, assim a graça, dada pelo Batismo, purifica a alma, do pecado.

Os Sacramentos são sete, a saber: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema-Unção, Ordem e Matrimônio.

Para fazer um Sacramento requerem-se:

1) MATÉRIA é a coisa sensível que se emprega para os fazer; como, por exemplo, a água natural no Batismo, o óleo e o bálsamo na Confirmação.

2) FORMA são as palavras que se proferem para os fazer.

3) MINISTRO é a pessoa que faz ou confere os Sacramentos.

Os Sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem, só podem ser recebidos uma única vez porque imprimem caráter, ou seja, colocam em nós um sinal espiritual que nunca se apaga. (no Batismo, como membros de Jesus Cristo; na Confirmação, como seus soldados; na Ordem, como seus ministros)

PRIMEIRO SACRAMENTO: BATISMO.

No Batismo nos tornamos cristãos, e recebemos a primeira graça santificante. Apaga todos os nossos pecados, faz-nos filhos de Deus, membros da Igreja e herdeiros do Paraíso.

A MATÉRIA DO BATISMO é a água natural, que se derrama sobre a cabeça do que é batizado.

A FORMA DO BATISMO é: “Eu te batizo em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo”

O MINISTRO DO BATISMO: Por direito compete aos Bispos e Párocos, mas em caso de necessidade e perigo de vida qualquer pessoa pode batizar, seja homem ou seja mulher, e até um herege ou um infiel, contanto que realize o rito do Batismo e tenha intenção de fazer o que faz a Igreja.

Se impõe o nome de um Santo ao que se batiza para o pôr sob a especial proteção de um padroeiro celeste, e para o animar a imitar-lhe os exemplos.
Os padrinhos e as madrinhas do Batismo são aquelas pessoas que por disposição da Igreja seguram as crianças junto à pia batismal, respondem por elas, e ficam responsáveis, diante de Deus, pela educação cristã das mesmas, especialmente se vierem a faltar os pais. Por essa razão deve-se escolher para padrinhos e madrinhas pessoas católicas e de bons costumes. Os padrinhos contraem um parentesco espiritual com o batizado, e este parentesco origina impedimento de matrimônio com o mesmo.

Fonte: Catecismo de São Pio X

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Nos perigos da noite


Há muitas recompensas em fazer um blog Católico. Eu tive várias. A primeira, sem duvida, a alegria de estar agradando a Deus e estar fazendo apostolado. Onde a voz não alcança, a internet chega, e assim se consegue falar ao mundo todo. A segunda, é a alegria de fazer muitos amigos. Todos incluo nas intenções de minhas orações. Uma amiga, a Taiana, deixou um comentário na minha postagem “O Milagre do Cristianismo”, indicando uma belíssima história e um boníssimo Blog “Obra dos Santos Anjos”. Gostei tanto da narrativa que resolvi postar aqui também, informando, claro, a origem com os seus devidos créditos:

"NÃO TEMERÁS O TERROR DA NOITE" (SL 90,5)

(Esta história aconteceu nos anos da grande crise econômica mundial em Chicago, nos Estados Unidos, entre 1930 e 1933)

Era ainda bem cedo, de madrugada, quando Dr. Braun foi despertado pelo seu telefone, que não deixava de tocar. Sonolento, ele tomou o telefone e ouviu uma voz que lhe falava de maneira suplicante: "O senhor é o Dr. Braun?" "Sim, sou eu". "Por favor, venha depressa! É muito urgente, se trata de vida ou de morte!" "Vou já. Onde o senhor mora?" "Alan Street n° 17, venha logo, por favor!"

Dr. Braun vestiu-se depressa, pegou a sua bolsa de médico e dirigiu-se para a rua indicada. Sozinho ele dirigiu seu carro nas ruas escuras da cidade. A região, para onde se dirigia, era distante do centro, num bairro em que nem durante o dia os habitantes se sentiam seguros.

Ele encontrou a casa facilmente. Era uma casa solitária. Estranhando por não ter a luz acesa, Dr. Braun aproximou-se da casa e bateu à porta. Depois de uma pausa bateu novamente e de novo não recebeu resposta. Quando bateu pela terceira vez, alguém perguntou com voz grossa: "Quem é?" "Sou eu" respondeu Dr. Braun. "Recebi uma chamada de emergência. É aqui a Alan Street n° 17?" "É, sim, mas ninguém chamou o senhor. É melhor que o senhor desapareça logo daqui!"

Dr. Braun foi-se embora procurando uma casa com luz acesa para encontrar o lugar onde a sua ajuda era necessária. Mas como tudo estava escuro, ele pensou ter anotado o número da casa errado, e até se acusou desta falta. E assim ele voltou para casa. Como não chegou um segundo telefonema, esqueceu-se do acontecimento, ... até que ele recebeu, algumas semanas mais tarde, de novo uma ligação - desta vez durante o dia - do serviço de emergência do hospital. A enfermeira explicava que um certo John Turner, que estava para morrer por causa de um acidente trágico, quis falar urgentemente com Dr. Braun. E ela acrescentou: "Dr. Braun, por favor, venha depressa, pois o homem já está para morrer e não quer dizer-nos porque ele insiste tanto em querer falar com o senhor".

Dr. Braun prometeu chegar logo, embora tivesse a certeza de não conhecer um John Turner. Isso também lhe confirmou o moribundo: "Dr. Braun, o senhor não me conhece, mas eu devo conversar com o senhor antes de morrer, para pedir perdão. O senhor com certeza se lembra de um telefonema durante a noite, algumas semanas atrás." "Sim, mas ..." "Fui eu. Sabe, há meses que me faltava o trabalho. Vendi todas as coisas preciosas da casa, mas mesmo assim não consegui nutrir a minha família. Não consegui mais suportar os olhares suplicantes de meus filhos, cheios de fome. No meu desespero decidi chamar um médico durante a noite. Foi meu plano matá-lo, roubar seu dinheiro e vender seus instrumentos".

Dr. Braun ficou paralisado de terror, mas mesmo assim ainda perguntou: "Mas eu cheguei. Porque, então, o senhor não me matou?" "Pensei que o senhor chegaria sozinho, mas quando vi este grande, forte e jovem varão ao seu lado, fiquei com medo e rejeitei rudemente o senhor. Perdoe-me, por favor". "Claro que vou perdoar", murmurava Dr. Braun, perturbado. E dele apoderou-se um horror; ele nunca imaginava que aquela ligação, que tinha considerado como engano, fosse uma insídia mortal, da qual nem sabia como escapara. E menos pensava ainda que seu Anjo da Guarda (ao qual ele atribuiu depois esta proteção misteriosa) tinha salvado sua vida naquela noite. Porque aquele varão forte, grande e jovem só tinha aparecido àquele que quis assassiná-lo e que agora lhe pedia perdão, encontrando-se já no leito de morte.Como são admiráveis os caminhos de Deus! Quantas vezes nossos Anjos nos protegem de um prejuízo, de um perigo iminente, sem que nós fiquemos consciente disso.

História do Blog Obra dos Santos Anjos

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O milagre do cristianismo


Admiramos, e com razão, as obras de Platão, de Aristóteles e de outros engenhos. E que conseguiram eles com toda sua sabedoria?

Com quanto acerto e elevação não escreve Platão sobre a divindade! Platão não conseguiu, entretanto, arrebatar da idolatria uma única cidade, uma única aldeia, nem a rua em que habitava. Com que facúndia não discorriam Sócrates, Cícero, Sêneca e Marco Aurélio sobre as virtudes e as obrigações dos homens! Mas eles não puderam arrancar seu povo, nem a própria família, da profunda corrupção em que se achavam...

Rudes e humildes pescadores da Galiléia anunciam a doutrina de Cristo com simplicidade e realizam a obra maravilhosa: transformar, por completo, a face da Terra.

É o milagre do cristianismo!

Encerram, aliás, os ensinamentos de Jesus uma particularidade sobremaneira notável, que vem a ser a insistência com que eles fazem realçar a bondade e a misericórdia de Deus, atributos nem sequer suspeitados pelos pagãos, se bem que não desconhecidos dos judeus. Para estes era Deus um Soberano Senhor, um Senhor Onipotente que era mister adorar e temer; para os discípulos de Jesus, porém, era sobretudo a bondade por essência: Deus caritas est.

(Lendas do Céu e da Terra - L.F.)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Madre Mariana de Jesus Torres


Madre Mariana de Jesus Torres, nasceu na Espanha em 1563. Desde cedo se dedicou à vida religiosa. Aos 13 anos de idade, com sua Tia Madre Maria e mais algumas outras freiras, foi para a cidade de Quito, no Equador, para a fundação do Mosteiro Real da Imaculada Conceição. No caminho o demônio lhe apareceu querendo destruir a embarcação para que o Mosteiro não fosse fundado. Mas Nossa Senhora venceu o inimigo e as águas do mar se acalmaram, pois o demônio produzia grandes ondas afim de afundar o navio.

De santidade incomum recebeu a visita de Nossa Senhora por várias vezes.

O livro que relata sua vida e a fundação do Mosteiro Real é magnífico. Peço que leiam, por que não encontrarão livro igual.

Pode ser conseguido gratuitamente no link abaixo:

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/2011/10/vida-admiravel-da-reverendissima-madre.html

Repito: o livro é magnífico e tenho certeza de que fará muito bem para quem o ler.

Transcrevo parte do livro, onde Nossa Senhora dá uma mensagem para Madre Mariana de Jesus Torres:

Apagar-se-á a luz preciosa da fé nas almas; se desbordarão as paixões e haverá total corrupção dos costumes. Dar-se-ão muitos enormes sacrilégios. A atmosfera estará repleta do espírito de impureza o qual, a maneira de um mar imundo, correrá pelas ruas, praças e lugares públicos com uma liberdade assombrosa; não haverá quase inocência nas crianças nem pudor nas mulheres.

Chegarão momentos nos quais parecerá tudo perdido. Então é chegada a minha hora, na qual Eu, de uma maneira assombrosa, destronarei ao soberbo Satanás, pondo-o abaixo de meus pés, encadeando-o no abismo infernal, deixando por fim livres a Igreja e a Pátria dessa cruel tirania.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Beato Padre Miguel Pro - Preghiera alla Beata Vergine Addolorata

O Padre Miguel A. Pro, foi um dos Cristeros que resistiu à perseguição anti-cristã no México. Era jesuíta e morreu mártir no México. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II. Desde pequeno foi virtuoso e alegre. Morreu como muitos outros mártires mexicanos, gritando: "Viva Cristo Rei".

Oração feita pelo Beato Padre Miguel Pro:

Preghiera alla Beata Vergine Addolorata

Lasciami vivere accanto a te, Madre mia,
per tenere compagnia alla tua solitudine
e al tuo profondo dolore!

Lasciami risentire nella mia anima
il pianto doloroso dei tuoi occhi
e l'abbandono del tuo cuore!

Non voglio sul cammino della mia vita
gustare la letizia di Betlemme, adorando il Bambino Gesù,
nelle tue braccia verginali.

Non voglio godere nella tua umile casa di Nazareth
della cara presenza di Gesù Cristo.

Né voglio unirmi al coro degli angeli
nella tua gloriosa Assunzione!

Voglio nella mia vita
gli scherni e le beffe del Calvario;
voglio la lenta agonia del Figlio tuo,
il disprezzo, l'ignominia, l'infamia della Croce.

Voglio, o Vergine Addolorata, stare vicino a te, in piedi,
per fortificare il mio spirito con le tue lacrime,
consumare il mio sacrificio col tuo martirio,
sostenere il mio cuore con la tua solitudine,
amare il mio e tuo Dio con l'immolazione di tutto il mio essere.

(Beato Miguel A. Pro S.J.)

TRADUÇÃO:

Deixe-me viver ao Seu lado, minha Mãe,
para fazer companhia a sua solidão
e a sua profunda dor!

Deixe-me sentir em minha alma
as pranto doloroso de teus olhos
e o abandono de seu coração!

Eu não quero no caminho da minha vida
desfrutar da alegria de Belém, adorando o Menino Jesus,
em seus braços virginais.

Eu não quero desfrutar em sua humilde casa de Nazaré
a presença querida de Jesus Cristo.

Nem quero unir-me ao coro dos anjos
na sua gloriosa Assunção!

Eu quero na minha vida
o desprezo e a zombaria do Calvário;
Eu quero a morte lenta de seu Filho,
o desprezo, a ignomínia, a infâmia da Cruz.

Quero, ó Virgem Dolorosa, estar perto de Ti, em pé,
para fortalecer o meu espírito com suas lágrimas,
consumar o meu sacrifício com o seu martírio,
apoiar o meu coração com a sua solidão,
amar o meu e o vosso Deus com o sacrifício de todo o meu ser.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Tomasino de la Mora, o Cristero


Desde quando as forças secretas dominaram o poder no México, começou uma árdua e implacável perseguição à Igreja Católica. Os cristãos heróis que resistiram à essa perseguição cruel foram conhecidos como: Cristeros. Vejamos esse epísódio comovente dos Cristeros.
A perseguição dos cristãos no México foi terrível.
Eis o texto de uma proclamação oficial, fixada nas portas das igrejas ao abrir-se o verão de 1926:

Art. 1º Qualquer indivíduo responsável por uma igreja será condenado a 50 pesos de multa e a um ano de prisão se os sinos soarem.
Art. 2º A mesma penalidade a todas as pessoas que ensinarem os filhos a rezar.
Art. 3º A mesma penalidade para as casas em que se encontrarem imagens de santos.
Art. 4º Qualquer pessoa que trouxer consigo medalhas e cruzes estará sujeita à mesma punição.
[...]
(e assim sucessivamente, até o art. 30)

Tomasino de la Mora tem exatamente 17 anos. Em 27 de agosto de 1927, os soldados invadem a casa de seus pais.

O gen. Flores reservou-se o cuidado de interrogá-lo:

— Se me disseres o que sabes sobre os cristeros, deixo-te viver.

— O Sr. engana-se: livre continuarei a lutar por Cristo Rei com os meus companheiros. O combate pela liberdade religiosa não é, para nós, matéria opcional.

— Tu não sabes o que é a morte, fedelho!

— Com efeito, coisa semelhante ainda não me aconteceu. E ao senhor general?

Tomasino foi enforcado nessa mesma tarde, sem julgamento. Rius Facius conta que seu carrasco queria que ele mesmo passasse a corda em seu pescoço.

— Perdão, senhor, não entendo disso. É a primeira vez que me enforcam.

Os filhos de Cristo Rei enfrentam o sacrifício com alegria e valentia. Foi o caso igualmente de José Sánchez del Río, 13 anos. Cercado, em 5 de fevereiro de 1928, com o seu chefe de grupo, que acaba de ser ferido pelos Federais, cede-lhe seu cavalo, cobre-lhe a retirada, depois se entrega por falta de munição.

O menino é apunhalado cinco dias mais tarde à beira de uma cova aberta no cemitério de Sanhayo e liquidado a tiros. As lavadeiras do lugarejo descobrirão nos bolsos de um uniforme militar este simples bilhete:

"Minha mamãezinha. Fui apanhado e vão matar-me. Estou contente. A única coisa que me inquieta é que vais chorar. Não chores, nós nos encontraremos. José, morto por Cristo Rei".

(EPISÓDIO COMOVENTE DOS CRISTEROS “Os Vandeanos do México”)