sexta-feira, 25 de maio de 2018

O carneiro agradecido


Episódio curioso ocorreu, há vários anos, na cidade de Boston, na América do Norte.

Um rebanho de carneiros era conduzido por uma das ruas centrais da grande cidade. Um dos animais caiu, de repente, no caminho completamente exausto.

Um menino andrajoso, que presenciara aquela cena, compreendeu que o pobre carneirinho fora vencido pela sede, pois com certeza o rebanho já vinha de longe, castigado pelo sol e pelo cansaço. Que fez o jovem? Tirou da cabeça o esfarrapado chapéu de pano escuro, foi depressa enchê-lo de água e deu de beber ao carneiro que, com esse auxílio, logo se reanimou e foi juntar-se ao rebanho.

Um dos espectadores pôs-se a troçar do caridoso menino e perguntou-lhe, maldosamente, se não tinha ouvido o carneiro dizer:

- Obrigado, titio!

Aproximou-se, nesse momento, um cavalheiro, que a tudo vinha observando com maior atenção, e dirigindo-se ao pérfido gracejador disse-lhe:

- O carneiro não agradeceu por um motivo muito simples. Eu estou encarregado de agradecer, por ele, o ato de bondade que praticou este menino!

E, voltando-se para o generoso e tímido adolescente, disse-lhe:

- Chamo-me Eduardo Baer e sou dono de uma casa editora. Os meninos dotados de bons sentimentos devem ser amparados. De hoje em diante ficará sob meus cuidados.

Auxiliado pelo seu rico e generoso protetor, o andrajoso garotinho tornou-se, mais tarde, um médico notável. E até hoje o nome do dr. Carlos Mors é citado como um exemplo de bondade.

Só as pessoas destituídas de bons sentimentos podem ficar alheias aos sofrimentos dos animais.

Autor: (D.) – É o que consta em “Lendas do Céu e da Terra”.